A estimativa de produção da safra de grãos 18/19 do Paraná se mantém superior à do ano passado em aproximadamente 4%, e pode alcançar 23,3 milhões de toneladas, segundo relatório mensal da safra divulgado pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento.

De acordo com o Deral, o plantio da soja, do feijão e do milho está quase concluído. Neste ano, alguns produtores retomaram o plantio de milho, contribuindo para melhorar o sistema de rotação de culturas.

“Em novembro, as chuvas tiveram uma diminuição de volume, e com isso os produtores puderam entrar a campo para praticamente concluir os trabalhos da primeira safra. Se continuarmos com o clima colaborando como neste mês, podemos ter nosso potencial alcançado”, afirmou o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, George Hiraiwa. Ainda segundo ele, a colheita de trigo também foi beneficiada pela diminuição das chuvas.

SOJA – Mais de 98% da área estimada está plantada, o que corresponde à média para o período. O plantio registrou bom desenvolvimento: o plantio começou mais cedo, o que também deve refletir na antecipação da colheita, com início previsto para janeiro. “Os produtores anteciparam o plantio da soja para que o milho safrinha não sofra com a geada dos meses seguintes”, disse o chefe do Deral, Marcelo Garrido. O clima continua contribuindo para o andamento da safra, que mantém a expectativa de produção em 19,6 milhões de toneladas.

O preço para o produtor está compensatório – R$ 71,00 a saca de 60kg, um crescimento de 20% em comparação com o ano passado, quando a saca era vendida a R$ 60,00. A comercialização está em 18%, dentro da média das últimas safras. “A tendência é que tenhamos uma comercialização escalonada nesta safra”, explica Garrido. Quanto à área, não houve variação significativa entre as safras 17/18 e 18/19, totalizando 5,4 milhões de hectares.

MILHO – O milho concluiu o plantio da safra 18/19 com um ganho de 5% na área plantada, que passou de 331,5 mil hectares na safra anterior para quase 350 mil hectares na safra atual.

A produção está estimada em 3,2 milhões de toneladas, 10% a mais do que na safra anterior, e o cenário segue favorável, com produtividade estimada superior a 9 mil kg. A saca de 60 kg é comercializada a R$ 28,00, um ganho de 38% em relação ao ano passado. “Os preços estão aquecidos em função do período de entressafra, pois não há tanto produto disponível no mercado e metade da safra anterior já está comercializada”, afirmou o técnico do Deral responsável pela cultura do milho, Edmar Gervásio.

FEIJÃO – O plantio da safra 18/19 está praticamente encerrado, com uma área de 167 mil hectares, e estimativa de produção de 327 mil toneladas. A colheita está em fase inicial, em 700 hectares, principalmente nas regiões de Francisco Beltrão, Guarapuava, Jacarezinho e Maringá. Com o clima irregular no plantio, cerca de 67% das lavouras estão em boas condições, 28% em condição média e 5% em condições ruins.

Os preços estão estabilizados, mas a expectativa é de que fiquem mais aquecidos até o mês de janeiro, com a baixa disponibilidade do produto. A saca de 60 kg de feijão cor está sendo comercializada a R$ 101,17 e o feijão preto a R$ 121,61, segundo o agrônomo Carlos Alberto Salvador.

TRIGO – Quase a totalidade da área da safra 17/18 está colhida. A seca registrada no Norte Pioneiro dificultou a evolução do plantio e ocasionou perdas nas primeiras lavouras plantadas, bem como nas áreas mais tardias do Sul do Estado, problema identificado apenas no último mês. Por isso, a produção foi rebaixada para 2,8 milhões de toneladas, se comparada à expectativa inicial de 3,4 milhões de toneladas.

A comercialização do trigo está em 1,7 milhão de toneladas (62%), índice considerado alto para o período. O produto de boa qualidade está sendo comercializado com facilidade, mas as chuvas no final da colheita devem dificultar o escoamento do produto de pior qualidade.

Com o preço da saca a R$ 44,00, os custos variáveis do produtor devem ser compensados, caso se mantenham neste patamar. “Para a composição de preços futuros, vão pesar a volatilidade do dólar e as condições da safra da Argentina”, avalia o engenheiro agrônomo do Deral, Carlos Hugo Godinho.

MANDIOCA – Em outubro, com as chuvas, houve dificuldade da entrada das máquinas a campo para a colheita, mas a situação se normalizou em novembro. Com isso, a colheita da safra 17/18 de mandioca está em 92% e se encerra em dezembro, segundo o economista do Deral, Methodio Groxko.

O plantio da safra 18/19 está praticamente concluído, com 154 mil hectares, um aumento de 8% na comparação com a safra anterior. A projeção de colheita é de 3,8 milhões de toneladas, 11% a mais do que na safra passada. Os preços se mantém razoáveis, a R$ 380 a tonelada da mandioca industrial.

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