Paraná está há 20 anos sem registro de sarampo. Ações de prevenção como vacinação, orientação e monitoramento de dados, mantêm estado imune ao vírus. Último caso registrado foi em 1999, remanescente do surto ocorrido no ano anterior. Em 1998 ocorreram 873 casos no Paraná e um óbito decorrente de complicações da doença.
Para manter o estado sem a doença é preciso aumentar a cobertura das vacinas, em especial as crianças com 12 meses de vida. A meta do Programa Nacional de Imunização é que a cobertura vacinal chegue a 95%, porém, dados registrados até junho no Paraná indicam que 89,8% das crianças nessa faixa etária foram imunizadas.
Segundo a secretária municipal da Saúde de Bandeirantes, Daiane Tomé, a vacina integra o calendário nacional de vacinação, e entre as vacinas que a criança recebe até o primeiro ano de vida está a tríplice, que imuniza contra sarampo, caxumba e rubéola. “A primeira dose é aplicada aos 12 meses de vida e a segunda dose aplicada aos 15 meses na vacina tetra ou tríplice viral + varicela, que previne, além de sarampo, rubéola, caxumba e varicela/catapora”, explicou. Quem tem até 29 anos deve receber duas doses para a imunização. Para a população entre 30 e 49 anos, o indicado é que recebam uma dose da vacina tríplice viral. Pessoas imunodeprimidas, acima 50 anos ou mulheres grávidas não devem tomar a vacina. Os profissionais da área da saúde devem ser vacinados com as duas doses da tríplice viral até os 49 anos, independente se atuam na atenção primária, secundária ou terciária.
A chefe de Divisão do Programa de Imunização da SESA (Secretaria de Estado da Saúde), Vera da Maia, esclarece que o registro consta na carteira de vacinação. “Esta é uma vacinação seletiva, ou seja, é preciso resgatar a informação se esta pessoa recebeu ou não a vacina. Caso a pessoa não tenha mais a carteira, é preciso ir até a unidade de saúde e conferir o registro se ela tomou ou não e se não tiver registro, deve receber a vacina”, comenta.
A secretária municipal de Saúde, Daiane Tomé, ressaltou que a equipe de profissionais do Setor de Imunização está à disposição para esclarecimentos de dúvidas.
A DOENÇA – O sarampo é uma doença infecciosa, transmitida por vírus e que pode ser contraída por pessoas de qualquer idade. As complicações decorrentes do sarampo são mais graves em crianças menores de cinco anos e podem causar meningite, encefalite e pneumonia. O vírus é transmitido pela respiração, fala, tosse e espirro. As micropartículas virais ficam suspensas no ar, por isso o alto poder de contágio da doença.
Os sintomas mais comuns são: febre alta, dor de cabeça, manchas avermelhadas na pele (aparecem primeiro no rosto e atrás da orelha e depois se espalham pelo corpo), tosse, coriza e conjuntivite. Como não existe tratamento específico para o sarampo, é importante ficar atento caso alguém com quem teve contato fique doente.
Quem já teve a doença não corre o risco de ser contaminado pelo vírus novamente. Porém, a comprovação deve ter sido por meio de exame laboratorial.
O sarampo pode deixar sequelas caso não seja tratado. As complicações da doença são: otites, infecções respiratórias e doenças neurológicas, e em casos mais graves podem provocar surdez, cegueira, retardo do crescimento e redução da capacidade mental.
O período entre o contágio e o aparecimento dos sintomas é de cerca de 12 dias. Porém, a transmissão pode ocorrer antes do aparecimento dos sintomas e estender-se até o quarto dia depois que surgiram manchas avermelhadas na pele.
Quando ocorre suspeita ou a confirmação de sarampo, a pessoa fica em isolamento e é realizado o bloqueio com a aplicação da vacina tríplice viral em todos que tiveram algum contato com o doente. Com essa ação, a tentativa é parar o vírus com a imunização de todos os indivíduos que estão em risco.
ALERTA – A preocupação com o sarampo está maior nos últimos dias porque o estado de São Paulo registrou mais de 400 casos de sarampo somente este ano. Além de São Paulo, outros seis estados, Pará, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Santa Catarina, Roraima e Amazonas, também têm casos confirmados de sarampo.
A Secretaria da Saúde do Paraná orienta para que a população fique atenta às datas da carteira de vacinação e aos registros de doses. Quem já tomou duas doses da vacina da tríplice está imunizado. A vacina está disponível em todas as unidades de saúde dos municípios.
Caso não lembre se tomou a vacina e não tenha a carteira de vacinação a pessoa deve ir até a Unidade de Saúde para verificar se há registro. Caso não tenha nada registrado, deve ser imunizada. (Da assessoria).