Auditores fiscais federais agropecuários apreenderam mais de 54 mil litros de vinhos, cachaças e vinagres durante a Operação Sangria III, realizada no município de Bituruna (PR), conhecido como a capital do vinho. Os produtos, avaliados em mais de R$ 1 milhão, apresentavam graves irregularidades sanitárias. Análises laboratoriais identificaram a presença de carbamato de etila — substância cancerígena — em concentrações quase cinco vezes acima do limite legal nos destilados. A operação também constatou o uso de ingredientes proibidos e condições higiênicas precárias no setor de produção de vinagres, que foi interditado cautelarmente.

A ação foi coordenada por auditores do Serviço Regional de Operações Avançadas de Fiscalização e Combate a Fraudes e Clandestinidade (SERFIC/DIPOV) e da Coordenação de Operações e Pronta Resposta (CORESP/DTEC) do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), com apoio da Polícia Militar e da Delegacia de Crimes Contra a Economia e Proteção ao Consumidor (Delcon), da Polícia Civil do Paraná.


Entre as irregularidades encontradas estavam o uso de vinhos vencidos e armazenados em recipientes reutilizados de produtos sanitizantes, além da utilização de corantes e aromas artificiais não autorizados. O setor de vinagres apresentou equipamentos inadequados, armazenamento irregular e ausência total de controle sanitário, configurando risco à saúde pública.

TENSÃO – A operação foi marcada por momentos de tensão. Um dos sócios da empresa, o mesmo que em 2019 ameaçou auditores com uma arma de fogo durante uma fiscalização, voltou a se exaltar com os servidores federais durante a apreensão dos produtos. A situação exigiu intervenção do delegado da Delcon e apoio da Polícia Militar para garantir a segurança dos profissionais.

As amostras recolhidas foram encaminhadas a laboratórios oficiais do Mapa para análises complementares. As empresas autuadas poderão responder por infrações que geram multas de até R$ 117 mil, além de estarem sujeitas à cassação de registros e processos criminais. A operação reacende preocupações sobre a reincidência de práticas ilícitas na empresa.

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