Fofura nem sempre é sinal de saúde

Apesar de muitos tutores acharem bonito que o gato ou cão estejam gordinhos e bem alimentados, nem sempre a fofura é sinal de saúde. Assim como ocorre nos seres humanos, há muitos riscos associados à obesidade e é preciso controlar a alimentação dos pets para evitar o desenvolvimento de doenças crônicas. O alerta é da médica veterinária Ana Cristina Nery de Castro, coordenadora da Pós-Graduação em Endocrinologia e Metabologia da Faculdade Qualittas.

“A obesidade é um fator de risco para o surgimento de diversas doenças crônicas que podem prejudicar a qualidade de vida dos cães e gatos. As mais comuns são as doenças cardiovasculares, o diabetes mellitus e o aumento de colesterol e triglicerídeos. Mas há casos também de alterações reprodutivas, mudanças no comportamento, problemas de pele e nas articulações”, destaca Ana Nery.

De acordo com ela, o principal motivo para o excesso de peso nos pets é o sedentarismo associado à má-alimentação. “Muitos tutores humanizam os pets e acabam condicionando o animal a receber recompensas em alimentos a cada comando ou comportamento correto que realizam. Isso altera a relação que eles têm com o alimento e faz com que queiram comer o tempo todo”, explica.

O ideal, segundo a médica veterinária, é que os animais sejam alimentados apenas com rações e é preciso controlar a quantidade e a frequência com que o alimento é oferecido. No caso dos gatos, que têm um estômago menor e a saciedade é mais rápida, a indicação é oferecer a ração várias vezes ao dia, em pequenas porções, mas sempre dentro de um limite diário. Já os cães devem receber alimento pelo menos duas vezes ao dia, para evitar o acúmulo de gordura no organismo. “Cada ração tem a sua energia metabolizável e os tutores encontram nos rótulos as informações nutricionais com a quantidade de ração que deve ser dada de acordo com o peso e as atividades diárias do animal – se é mais ativo ou não. Porém, um veterinário nutrólogo poderá indicar com mais precisão a quantidade diária de alimento que deve ser oferecida, a partir de uma avaliação mais personalizada de cada pet”, destaca Ana Nery.

De acordo com uma pesquisa internacional realizada em 2018 com mais de 5 mil tutores no Brasil, China, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos, apenas 20% dos tutores controlam a quantidade de alimento que oferecem aos pets por dia. Além disso, 22% dos tutores pesquisados afirmaram que oferecem alimentos em excesso para deixar os animais de estimação felizes. Além de controlar a ingestão de alimentos, a médica veterinária reforça a necessidade da atividade física na rotina dos cães e gatos para evitar o sobrepeso e manter os animais ativos. (Assessoria)

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