Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos continuar falando sobre São Francisco de Assis. Agora o TERCEIRO LIVRO de Tomás de Celano. Sobre a canonização do bem-aventurado pai São Francisco e seus milagres.
Enaltecem a vida e a conversão do bem-aventurado pai com os maiores elogios. “A santidade deste homem – dizem – não precisa do testemunho dos milagres, pois nós mesmos a vimos com nossos olhos, tocamos com nossas mãos e comprovamos sua verdade”. Todos se comovem, aplaudem, choram lágrimas carregadas de paz. Tratam de marcar logo o dia abençoado em que encheriam todo o mundo de gáudio salutar. E chega finalmente o dia solene, para sempre memorável, estendendo a mais sublime comemoração não só a todos os países, mas até às moradas lá do céu. Foram convocados os bispos, acorreram abades e vieram prelados dos lugares mais distantes. Havia até um rei e se reuniu uma nobre multidão de condes e cavalheiros. Acompanhavam todos ao senhor de todo o mundo e entraram com ele na cidade de Assis em triunfal cortejo. Chegando ao local preparado para o solene acontecimento, juntaram-se ao santo Padre todos os cardeais, bispos e abades. Houve grande concorrência de sacerdotes e clérigos, reuniu-se um grupo sagrado e feliz de religiosos, estiveram presentes as religiosas, humildes e recatadas, juntou-se uma multidão quase incontável de homens e mulheres. Pessoas de todas as idades se fizeram animadamente presentes a tão extraordinário encontro, juntando-se lado a lado pequenos e grandes, servos e livres. Presidia o Sumo Pontífice, esposo da Igreja de Cristo, cercado pela variedade de tantos filhos, com a coroa de glória em sua cabeça, sinal expresso da santidade. Estava ornado com os paramentos pontificais e revestido das vestes de santidade, com faixas bordadas a ouro e pedras preciosas. Refulgente na magnificência da glória, coberto de pedras brilhantes e preciosas, o ungido do Senhor chamava a atenção de todos. Rodeavam-no os cardeais e bispos, ornados com os adereços mais esplêndidos e refulgindo de brancura, dando uma ideia da beleza celeste e representando a alegria dos glorificados. O povo inteiro aguardava a voz do gáudio, a voz da alegria, a voz nova, a voz cheia de toda doçura, a voz do louvor, a voz da bênção perene. Falou em primeiro lugar o Papa Gregório, dirigindo-se a todo o povo com voz vibrante e afetuosa para anunciar as maravilhas de Deus. Depois, fez um nobilíssimo elogio do Pai Francisco, cobrindo-se de lágrimas ao recordar sua conversão e proclamar sua simplicidade. Foi assim que começou: “Como a estrela da manhã por entre as nuvens, como a lua resplandecente no plenilúnio, como o sol a brilhar, assim refulgiu este homem no templo de Deus”. Terminado o sermão, fiel e digno de todo louvor, um dos subdiáconos do senhor Papa, chamado Otaviano, leu para todos em voz bem alta os milagres do santo. Comentou-os, depois, todo comovido e com sagrada eloquência, o senhor Rainério, cardeal diácono, homem de inteligência perspicaz, honrado por seus costumes e virtude. Estava feliz o pastor da Igreja e, profundamente comovido, soltava grandes suspiros, entre soluços e abundantes lágrimas. …
Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.