Você se sente solitário? Gosta de ficar sozinho? Será que isso é bom?
Existe uma grande diferença entre sentir-se só e gostar de ficar sozinho. Há quem se sinta solitário rodeado de pessoas. E há quem se sinta bem, sem companhia de outras pessoas.
Quando você fica sozinho por escolha própria, a chamada solitude, porque pode ser mais introspectivo, não curte tantos eventos sociais, tudo bem. Às vezes precisamos de momentos de recolhimento.
Mas e quando a solidão é imposta? E quando por alguns motivos, você acaba isolado socialmente, seja porque se mudou para um lugar desconhecido, seja porque tem dificuldades de se relacionar com as pessoas, ou porque por contingências externas, você foi obrigado a se isolar?
Na verdade, segundo um estudo feito pela revista americana Perspectives on Psychological Science, tanto o isolamento social por vontade própria quanto o isolamento imposto, não são nada bons para nós. A nossa expectativa de vida diminui, nós vivemos menos, em todas as faixas etárias. E a existência de relacionamentos, por outro lado, tem um efeito positivo sobre a saúde. O risco de mortalidade aumenta em mais de 25% para os que vivem sozinhos. Inclusive, num outro estudo feito em Harvard, comprovou-se que o que torna as pessoas felizes são os bons relacionamentos.
Mas por que a expectativa de vida diminui?
Um outro estudo feito na Inglaterra chegou à conclusão de que as pessoas mais solitárias tem mais problemas cardíacos e de circulação, ou seja, tem mais chances de ter um ataque cardíaco ou derrame e isso acontece porque essas pessoas tendem a cultivar hábito mais nocivos como beber, fumar e levar uma vida sedentária. Dá preguiça mesmo se exercitar sozinho. É muito mais gostoso ter companhia para fazer exercícios.
Mas organicamente falando, ter amigos diminui o nível de cortisol (hormônio ligado ao estresse), o que diminui os riscos de ter problemas no coração. Além disso, a solidão pode comprometer o sistema imunológico porque afeta a produção de glóbulos brancos e afeta também a qualidade do sono, porque quando estamos sozinhos, podemos acabar acordando por qualquer coisa.
A solidão mata duas vezes mais que a obesidade e tem o mesmo efeito de fumar 15 cigarros por dia ou ser alcoólatra.
Precisamos estar atentos também para o sentimento de solidão, estando rodeados de pessoas, o que pode acontecer em muitos casamentos.
De qualquer forma, nós somos seres sociais. Nós temos a necessidade de nos relacionarmos, a não ser que haja algum tipo de doença, como é o caso dos psicopatas que desenvolvem os seus relacionamentos com fins completamente diferentes.
Construir bons relacionamentos afeta de maneira positiva a nossa qualidade de vida e aumenta a expectativa de vida.
Procurar amigos, pessoas para conversar, fazer atividade física, ajudam muito a melhorar essa sentimento de solidão. Mas se você tiver dificuldades para se relacionar com os outros, talvez a busca de um profissional seja necessário.
E estejamos atentos para que, em tempos de redes sociais, não deixemos de construir relacionamentos verdadeiros, com as nossas presenças, olhos nos olhos e assim, evitar que sejamos solitários cercados de pessoas virtuais por todos os lados.

*No dia em que este texto foi escrito, estávamos vivendo um momento atípico de necessidade de confinamento devido ao problema que assola o mundo – o coronavírus. O conteúdo é baseado em estudos científicos e não tem a ver com o contexto da pandemia atual.

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