Vocês conhecem o dente-de-leão? É aquela planta que tem as sementes que parecem um pompom e que a maioria de nós, gosta de assoprar para que elas voem ao vento.
A imagem que vem à nossa memória é bonita, mostra leveza e talvez até um sentimento de saudade.
Vou usar esta imagem como uma metáfora para ilustrar um assunto não tão “leve”, mas que pode ser bem representado por ela, a fofoca.
Esta palavra, foneticamente, soa até engraçada, mas o significado dela não tem nada de cômico.
Vamos admitir que, sendo seres humanos com muito a melhorar, já fizemos fofoca ou fomos vítimas dela.
A ideia de abordar esse tema, ocorreu depois que eu assisti um vídeo de uma ex-secretária de um presidente de outro país, que teve a sua vida devastada após cometer um erro (Erro aqui, se refere à opinião dela sobre o ocorrido, e não ao meu julgamento sobre o caso.).
As redes sociais na época ainda não eram ativas, mas a velocidade com que as notícias se espalhavam “on-line”, já era assustadora.
Do dia para a noite, aquela jovem de apenas 22 anos foi julgada, xingada e acima de tudo, humilhada publicamente. E o sentimento de humilhação tem um impacto muito maior sobre nós, do que a felicidade e a raiva.
Na época, a palavra cyberbullying ainda não era conhecida, mas o estrago que causou, só não a levou a acabar com a própria vida, porque teve o apoio da família, amigos e até de desconhecidos.
Imagine você, que um comentário que às vezes fazemos ingenuamente, pode ter consequências desastrosas na vida de outra pessoa. Assim como as sementes de dente-de-leão que voam longe e não podem mais ser recolhidas à fonte de origem, a fofoca, além de se espalhar rapidamente, aumenta em volume (alguém sempre adiciona informações a mais, seja para tornar a narrativa mais plausível ou por maldade mesmo).
Por que será que é tão interessante falar da vida dos outros ou jogar pedras nas faltas alheias?
Talvez isso nos dê a falsa sensação de que falando da vida do outro, as nossas próprias mazelas fiquem esquecidas em algum canto da nossa alma ferida. Desta forma, parecemos ter uma vida perfeita e intocável, não para os outros, mas para nós mesmos.
Pode demorar, mas um dia seremos capazes de assoprar palavras gentis ao vento, carregando mensagens de amor, empatia e compaixão…

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