De acordo com a Wikipédia, “vergonha (do latim verecundia), é uma condição psicológica e uma forma de controle religioso, político, judicial e social, consistindo de ideias, estados emocionais, estados fisiológicos e um conjunto de comportamentos, induzidos pelo conhecimento ou consciência de desonra, desgraça ou condenação”.

A ideia de abordar esse tema veio após assistir uma palestra de Monica Lewinsky.
Nem preciso me dar ao trabalho de dizer quem ela é, pois tenho certeza de que a maioria das pessoas já ouviu falar sobre ela.
No início, ela começa perguntando ao público quem já tinha cometido um erro aos 22 anos. Houve um silêncio em assentimento. O agravante foi que o erro dela envolvia o homem mais poderoso do planeta, na época. E ela continuou contando que não há um dia sequer em que não seja lembrada pelo erro que cometeu e do quanto se arrependia. Na época a internet já crescia progressivamente e de um dia para o outro, ela teve a vida devastada, vasculhada e jogada na lama. Humilhação pública e global. Não é estranho o modo como fomos educados? Isto é certo, aquilo é errado, isso é bom, aquilo é mau. Você está certo! Você está errado!
Estranho mundo das pessoas perfeitas, um mundo irreal. Eu desconheço um ser humano perfeito. Aliás, o que é a perfeição, o que é ser perfeito?
Esse modo de pensar, dual, ou é isso ou é aquilo, sem um meio-termo, ponderação, reflexão é improdutivo, infrutífero e nos torna egoístas, críticos e julgadores com telhados de vidro.
O erro leva à vergonha, que gera um sentimento de culpa, que nos torna retraídos com medo.
Que beleza apontar as falhas dos outros para que não vejam as nossas próprias falhas.
Quem somos nós para julgar? Quem nunca cometeu erros?
Precisamos ter muito cuidado para que não sejamos responsáveis por destruir a autoestima alheia. Necessitamos ter uma visão mais ampla, para enxergar que todos somos frutos de contextos. O certo, o errado, o bom e o mau são construções que dependem da cultura e do contexto. Mas a vergonha é uma emoção básica do ser humano e com um poder enorme de autodestruição.
“Quem nunca cometeu erros, que atire a primeira pedra…”

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