Franciscologia

Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos continuar falando sobre São Francisco de Assis. Agora o SEGUNDO LIVRO de Tomás de Celano. Sobre Frei João, o simples.

É aquela que não acha que as melhores glórias são as da Grécia e por isso prefere fazer e não aprender ou ensinar. Aquela que, em todas as leis divinas, deixa para os que vão perecer toda verbosidade, ostentação e preciosidade, enfeites e curiosidades, e vai atrás da medula e não das casca, do conteúdo e não do invólucro, não das muitas coisas mas daquele bem que é o grande, o maior, o estável. O Pai santíssimo exigia essa simplicidade tanto nos frades letrados como nos leigos, achando que não era adversária, mas verdadeira irmã da sabedoria, ainda que os pobres de ciência tenham mais facilidade para adquiri-la e pôr em prática. Por isso, disse nos Louvores das Virtudes: “Salve rainha sabedoria! Deus te salve com tua irmã a pura e santa simplicidade!” Passando São Francisco por uma vila perto de Assis, certo João, homem muito simples, que estava arando o campo, foi ao seu encontro e disse: “Quero que me faças frade, porque há muito tempo desejo servir a Deus”. O santo ficou muito contente ao ver a simplicidade do homem, e lhe respondeu: “Irmão, se queres ser nosso companheiro, dá aos pobres os que podes ter e, quando não tiveres mais nada, eu te receberei”. Ele soltou os bois na mesma hora e ofereceu um a São Francisco, dizendo: “É justo que demos um aos pobres! Porque essa é a parte que me cabe dos bens de meu pai”. O santo sorriu e gostou bastante dessa prova de simplicidade. Mas os pais e irmãos mais moços, quando souberam disso, apareceram chorando, mais pesarosos de perder o boi que o homem. Disse-lhes o santo: “Não se assustem, eu devolvo o boi e fico com o irmão”. E levou o homem consigo, vestiu-o com o hábito da religião e o escolheu como companheiro especial por causa da simplicidade. Quando São Francisco se punha a rezar em algum lugar, o simples João logo imitava e repetia todos os seus gestos e expressões. Cuspia quando ele cuspia, tossia quando tossia, acompanhava-o quando suspirava e quando chorava. Se o santo levantava as mãos para o céu, ele também levantava, olhando-o atentamente como um modelo e transformando tudo em si mesmo. O santo percebeu isso e perguntou, uma vez, por que o fazia. Ele respondeu: “Prometi fazer tudo que fazes: para mim é perigoso deixar escapar alguma coisa”. O santo se alegrou com ele por essa simplicidade pura, mas proibiu com brandura que continuasse daí em diante. O homem simples viveu pouco tempo nessa pureza, e foi para junto do Senhor. O santo propunha frequentemente sua vida como um modelo e tinha gosto de chamá-lo não de Frei João, mas de São João. Observemos que é próprio da piedosa simplicidade viver de acordo com as leis dos antigos e se apoiar sempre nos exemplos e nos costumes dos santos. Quem dera à sabedoria humana seguir com tanto empenho o que reina no céu quanto à piedosa simplicidade a ele se conformou na terra! Que mais? Tendo seguido o santo em vida, precedeu-o na glória. …

Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.

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