Talvez vocês não conheçam a tradução literal desta palavra japonesa, mas certamente conhecem a importância que o significado dela tem, para as nossas vidas.
A maioria de nós possui um ikigai e tem consciência dele, mas outras pessoas o carregam lá dentro de si, mas não sabem disso.
O ikigai é a nossa razão de ser, é o porquê nos levantamos todos os dias, o que nos move. Vejam que as pessoas que possuem um ikigai claro, aquela paixão por algo que as fazem levantar pela manhã, sentem-se mais animadas e determinadas, ainda que, às vezes, as situações sejam difíceis.
A vida tem um significado que dá forças para lutar, uma sensação de querer viver e realizar. Foram feitos alguns estudos sobre longevidade para saber o que levava algumas pessoas a viverem por mais de 100 anos, nas chamadas “zonas azuis”. E uma dessas zonas fica em Okinawa, no Japão. Nesta ilha há o maior número de pessoas com mais de cem anos por cem mil habitantes. E as pesquisas médicas forneceram alguns dados sobre esses centenários: – Além de viverem mais, o índice de doenças como câncer, doenças cardíacas e doenças inflamatórias, é menor; – Eles não somente vivem mais, mas tem bastante vitalidade’; – O sangue deles tem menos radicais livres, que envelhecem as células, pelo consumo de chá e por não comerem até se sentirem empanturrados, parecendo que a barriga vai explodir. Eles têm o hábito de comer somente até 80% da capacidade do estômago (Hara hachibu).
E aqui eu pergunto: Vocês fazem isso? Comem somente 80% ? Percebem o tamanho dos pratos em restaurantes fast-food? É enoooorme!
Outro dado interessante, para as mulheres: a menopausa é um período mais tranquilo. Sabem aqueles sintomas chatos? Então. Além disso, homens e mulheres mantêm um nível elevado de hormônios sexuais até idades muito avançadas. Ôpa, agora o assunto ficou mais interessante!
A demência também tem níveis bem mais baixos que o do resto da população mundial. Um fator interessante é que três dessas cinco zonas azuis ficam em ilhas, onde as pessoas dispõem de menos recursos e precisam se ajudar. E se vocês se lembram, num artigo anterior que escrevi baseado em um estudo de Harvard, sobre o que torna as pessoas felizes, um dos fatores era os bons relacionamentos que temos. Aí as coisas começam a fazer sentido, porque a solidão diminui muito a nossa expectativa de vida.
Em Okinawa existe um grupo informal chamado “moai”.
Pessoas com interesses em comum se ajudam e para muitos, esse serviço comunitário acaba se tornando um ikigai. E esse grupo originou-se em tempos difíceis, quando os agricultores se reuniam para trocar informações sobre a melhor forma para cultivar e para ajudar uns aos outros quando a colheita não havia sido boa. Além disso, eles contribuem com uma quantia mensal para atividades de interação social e caso haja sobras, é repassado a um membro do grupo em um sistema de rodízio.
Essa sensação de pertencimento a esse grupo e ajuda mútua auxiliam a manter a estabilidade emocional porque eles sabem que em uma situação adversa, não estarão desamparados. Há muitas outras considerações que poderiam ser feitas, mas a reflexão que eu quero deixar aqui é: Você sabe qual é o seu “ikigai”?