Hoje, ao olhar uma rede social, me deparei com uma sequência de quadrinhos.
No primeiro, um passarinho dentro de uma gaiola, trancado. No segundo, a porta da gaiola aberta. No terceiro, o passarinho fora da gaiola, pousado em cima dela. No quarto, o passarinho de volta, dentro da gaiola com a porta aberta.
Isso me fez pensar em como aqueles quadrinhos representam muito bem como nós nos comportamos. Quem nunca ouviu falar que para crescer, evoluir, conquistar algo, você precisa sair da sua zona de conforto?
E aí, outro dia, um amigo me falou uma coisa que me chamou muito a atenção: nós não precisamos e nem devemos sair da nossa zona de conforto para crescer ou mudar. Nós precisamos expandir a nossa zona de conforto.
Sabe quando uma luz se acende, e você diz: “ Como não pensei nisso antes?” Nós pensamos que para crescer, precisamos sair da “gaiola”, da zona de conforto. E talvez não seja bem assim.
É certo que há muitas coisas que nos atrapalham, crenças que temos sobre nós mesmos, sobre as nossas capacidades, sobre nós mesmos, sobre os outros, sobre o mundo. As chamadas “crenças limitantes”, como o próprio nome diz, nos colocam barreiras que nos impedem de seguir o nosso caminho como gostaríamos, nos impedem de assumir o nosso verdadeiro “SER”. A maioria dessas crenças é adquirida na infância, são como verdades absolutas para nós, porque quando crianças, não temos a capacidade de julgar se o que ouvimos dos outros vai ser bom par a nós ou não. Nós simplesmente acreditamos e absorvemos o que ouvimos, sem questionar. E isso, como já falei outras vezes, vai ser um programa (um software) que vai ficar rodando lá no nosso subconsciente (geralmente não temos consciência de que esses programas existem), ditando a forma como devemos nos sentir, pensar e agir.
Mas nem todos os programas que estão lá, são ruins. A maioria ajuda a tornar a nossa vida mais fácil e vou ilustrar isso com um exemplo: Já pensou se para tudo que você fizesse, você tivesse que decidir na hora como fazer?
Você acorda de manhã e precisa decidir se já vai levantar ou se vai ficar na cama. Se levanta coloca o pé direito primeiro no chão ou o pé esquerdo. Se vai ao banheiro primeiro ou se pega a roupa antes de ir para o banho. Já pensou que transtorno? É por isso que aprendemos muitas coisas e depois passamos a agir de forma automática: para facilitar a nossa vida e para economizar tempo e energia para outras atividades. Se não fosse assim, não sobreviveríamos.
Então, essa forma de aprender as coisas sem julgar, na infância é para facilitar a nossa vida, gerando um automatismo.
Mas, junto com tudo isso, vem os lixos junto, as crenças que nos limitam, que são formadas quando nos dizem que não somos bons porque quebramos algo, não somos amados porque não obedecemos, não somos bons alunos porque não tiramos nota máxima nas provas. Então, para evoluir, crescer, não podemos sair da nossa zona de conforto, porque é lá que estão as nossas experiências, os nossos aprendizados, as nossas vivências que nos permitiram chegar onde chegamos. Mas podemos expandir essa zona de conforto com novos aprendizados a partir de novas experiências. Isso sim, faz sentido!
Talvez aquele passarinho que voltou para a gaiola, tendo a possibilidade de voar, ilustre isso que acabei de colocar. Temos a possibilidade de novas experiências podendo manter as vivências anteriores que foram tão importantes para chegarmos onde chegamos.