A ANVISA liberou a vacinação de crianças de três a cinco anos com o imunizante CORONAVAC

A vacinação contra COVID- 19 para crianças de três a cinco anos foi liberada pela ANVISA e os municípios já estão imunizando os pequenos. A dose para essa faixa etária foi bastante aguardada para os pais e responsáveis que são pró-vacinas, já que as crianças menores estavam desprotegidas contra essa doença.

Em Bandeirantes, a vacinação infantil está sendo realizada na UBS Teixeirinha. De acordo com a enfermeira Carla Zanatta, a escolha deste posto de vacinação se deu para que as doses não se misturassem com as ampolas para vacinação adulta, já que isso pode trazer riscos para a saúde dos pequenos.

A vacina aplicada para essa faixa etária é a CORONAVAC, que de acordo com estudos tem alta eficácia quando aplicada em crianças.

No sábado (23), foi realizado o DIA D de vacinação, quando todas as faixas etárias foram imunizadas, tanto para COVID-19 quanto para influenza. Para as crianças, o próximo dia de imunização será nesta quarta-feira (27) e na sexta-feira (29), das 8h às 1h 15min e das 13h às 15h.

CORONAVAC – Um estudo publicado na revista científica Lancet Infectious Diseases revelou que a CoronaVac, vacina do Butantan e da farmacêutica chinesa Sinovac contra a Covid-19, causa efeitos adversos em apenas 29% a 33%, e todos muito leves (como dor no braço ou fadiga passageira). Esse é um ótimo indicador, que atesta o alto perfil de segurança do imunizante, e um dos menores índices de efeitos adversos entre todas as vacinas aprovadas até o momento para uso emergencial pela Organização Mundial de Saúde.

O estudo foi realizado por pesquisadores dos Centros de Controles de Doenças das províncias de Hangzhou, Nanjing e Jiangsu, na China, cientistas da Academia Chinesa de Ciências e pesquisadores da Sinovac, com 744 voluntários que participaram dos ensaios clínicos de fase 1 e 2 da CoronaVac. Na fase 1, 29% dos voluntários relataram ter experimentado reações adversas, principalmente dor no local da aplicação e fadiga, no período de 14 dias após receber a vacina. Na fase 2, apenas 33% dos voluntários relataram efeitos adversos. Menos de 5% dos voluntários em ambas etapas tiveram sintomas de febre, dor de cabeça ou náusea.

No Brasil, dados sobre a segurança da vacina do Butantan foram obtidos em ensaios clínicos de fase 3 com 9 mil voluntários em 2020. As manifestações indesejadas foram muito leves e não foi necessária atenção médica maior.

No Projeto S, estudo clínico realizado pelo Butantan na cidade de Serrana, foram administradas 54.882 doses na população adulta do município e não houve relato de evento adverso grave relacionado à vacinação. Durante a aplicação da primeira dose do imunizante em Serrana, foram 4,4% de relatos de reações adversas e apenas 0,02% considerados de grau 3 (mialgia e cefaleia), porque interferiram nas atividades diárias. Já na segunda dose, houve somente 0,2% de relatos de efeitos adversos, nenhum considerado de grau 3 ou superior. Outro indicador que atesta a segurança da CoronaVac é que, até hoje, a área de Farmacovigilância do Butantan não recebeu nenhum relato de trombose associado à vacinação – um dos efeitos adversos já relatados em outras vacinas contra a Covid-19.

Tais resultados contrastam com as conclusões observadas em estudos com as demais vacinas contra a Covid-19 – embora não seja possível comparar diretamente os resultados de pesquisas, pois os grupos estudados são diferentes, assim como as metodologias de análise. Entre 70% e 75% dos norte-americanos que tomaram vacinas feitas com a tecnologia do RNA mensageiro (mRNA) relataram experimentar efeitos adversos, percentual que subiu para 86% a 88% entre pacientes britânicos que tomaram a vacina AstraZeneca/Oxford, feita com a tecnologia de vetor viral. Já no caso da vacina da Janssen, também de vetor viral, entre 35% e 62% dos entrevistados relataram efeitos adversos.

A tecnologia empregada na CoronaVac, de vírus inativado, é uma das mais estudadas e seguras do mundo. O vírus é replicado e, posteriormente, morto. Assim, não é capaz de se multiplicar no corpo e adoecer o organismo, mas consegue desencadear a produção de anticorpos e produzir resposta imunológica.

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