Você é do tipo de pessoa que gosta de ajudar os outros? Eu vou trazer algumas reflexões baseadas nos estudos de Bert Hellinger, conhecido pelo seu trabalho com as Constelações Familiares.
Segundo ele, ajudar é oferecer ao outro uma possibilidade. Pense bem nisso: “oferecer ao outro uma possibilidade”. Você já se pegou inconformado porque queria ajudar uma pessoa e ela simplesmente não queria ser ajudada?

Duas coisas podem ser observadas: a primeira é que nem sempre as soluções que nós vemos para as pessoas, são de fato adequadas para elas. Usamos nossos parâmetros, nossas experiências para definir o que é bom…para nós. A segunda observação é que talvez, para a pessoa a quem queremos ajudar, ainda não seja o momento de ‘encarar’ aquela questão. Ela não está preparada ainda e é preciso respeitá-la. Devemos apenas fazer o que é possível. Talvez pela nossa vontade, ela não sofreria, não vivesse aquela experiência dolorosa, e talvez, seja exatamente isso que vai fazê-la crescer, evoluir.
É preciso ter a consciência em saber até que ponto está querendo ajudar ou é uma tentativa de tomar as rédeas da vida daquela pessoa, decidindo o que é melhor para ela. Por isso, oferecer uma possibilidade é tão importante, e, isso que é ajudar.
É preciso saber que ao dar essa ajuda, já estamos recebendo algo em troca; a nossa sensação de bem-estar, por exemplo. Se damos algo esperando retorno, que pode ser um agradecimento, talvez isso não seja dar, e sim, barganhar.  E mais importante ainda é não tirar do outro a possibilidade de que ele faça por si só.
Quantas vezes, no intuito de ajudar e proteger os nossos filhos acabamos fazendo um trabalho por eles? E qual a mensagem por trás disso? “Você é incapaz”. E qual a possível consequência? Um adulto inseguro sobre as próprias capacidades, com falta de sentimento de autovalor.

Por que é tão importante que a pessoa caminhe com os próprios pés? Para que ela não se sinta uma coitada, diminuída. Isso enfraquece a todos.

A base disso é a humildade, que não tem a ver com ‘ser bonzinho’ com o outro e sim, vê-lo como igual, no sentido de que todos temos o que aprender e o que ensinar uns aos outros.
Todos têm importância, e vou dar um exemplo para ilustrar isso.

Por um lado, um empresário bem-sucedido, que tem uma filha pequena. Por outro lado, um colaborador de uma fábrica de sorvetes, responsável por colocar os sabores na máquina de produção.
Pode ser que esse trabalhador pense que trabalho que faz é insignificante e que o empresário é muito mais importante. Mas o que ele não sabe é que um dia, o mesmo empresário levou a filha para tomar sorvete de morango que era feito pela fábrica desse trabalhador, porque tinha um gostinho de infância. E o momento trouxe muitas recordações que foram passadas para a filha ao sabor do sorvete de morango.
Pode perceber que todos nós somos importantes e que estamos todos interligados? Por isso o ato de ajudar é, antes de tudo, um ato de humildade, tanto para quem está recebendo a ajuda, quanto para quem está ajudando.

‘Que a sua mão esquerda não saiba o que está fazendo a direita” (Mt 6:3)

Cristie Ochiai 

Apresentadora do Programa de TV na Web ConVida, Terapeuta em Constelações Familiares, Hipnose e Thetahealing

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui