Havia um corvo que se sentia extremamente infeliz. Ele se achava feio, não gostava da cor das suas penas. E chorava de tristeza. De repente, um monge o viu chorando e perguntou o porquê daquelas lágrimas. O corvo respondeu que a vida dele era muito ruim, com aquelas penas pretas. Disse que ninguém gostava de preto, ninguém gostava dele, ninguém o queria como animal de estimação, e que ele passava a maior parte do tempo revirando lixo porque ninguém o alimentava.
O monge perguntou o que ele gostaria de ser, caso ele tivesse a chance de nascer de novo. O pássaro disse que gostaria de ser um cisne branco, com aquela cor linda que simbolizava a paz. Como pedido, o transformaria em um cisne, mas antes disso, recomendou que ele fosse conversar com o cisne.
Ao encontrar o cisne, exclamou: ‘Uau, que cor linda Deus te deu! Você parece incrível! Você deve ser muito feliz!’. O cisne respondeu: ‘Quem disse que eu sou feliz? Branco é uma cor horrível e nem é uma cor. Eu não sou feliz!’.
Os dois foram até o monge e o cisne pediu ao monge para transformá-lo em outra ave. Quando o monge perguntou sobre qual seria, ele respondeu que gostaria de ser um papagaio, por causa das cores verdes das penas e porque ele podia falar. Disse que o faria, mas somente depois que ele fosse conversar com o papagaio.
Demorou muito até que eles encontrassem o papagaio na mata. Quando o encontraram, o cisne admirou a cor das penas dele e comentou como devia ser feliz. Entretanto, disse que não era feliz e que o problemas estava na cor verde das penas dele, igual à cor das folhas das árvores, e ele não se destacava.
Então, os três foram até o monge para que o papagaio pedisse uma chance para mudar também. Disse que queria ser um pavão. Novamente, o monge respondeu que poderia transformá-lo depois que ele fosse conversar com o pavão.
Quando o avistaram, os três o admiraram, com as suas penas coloridas e vistosas. O papagaio mencionou que ele deveria ser muito feliz por ter penas tão coloridas, sendo fotografado por todos que o admiravam. O pavão disse que era muito infeliz porque os caçadores os matavam para vender as penas para serem usadas em decorações. “Você acha que isso é vida?”, perguntou.
“Se você pudesse mudar”, perguntou o papagaio para o pavão, “qual ave você seria, qual você acha que seria a mais feliz?”. Ele disse que gostaria de ser um corvo. E este ficou surpreso. “Você já ouviu falar em sanduíche de corvo? Você já viu alguma pena de corvo sendo vendida para decoração? Tem algum caçador tentando te matar? Se a resposta é não para estas perguntas, quem você acha que está vivendo uma vida feliz, eu ou você?”.
Não importam quem você é, onde você está, qual a sua aparência ou o que você tem, você é incrível sendo você mesmo.
Nunca se compare aos outros. Não há ninguém melhor que você. Você é único, e por esta razão, é incrível. Quem você é e o que você faz à sua maneira é o seu verdadeiro poder.
Cristie Ochiai
Apresentadora do Programa de TV na Web ConVida, Terapeuta em Constelações Familiares, Hipnose e Thetahealing
As vezes eu me comparo com as pessoas, mas acho que devo para.
As vezes eu sou o Corvo.