Havia um jovem que tinha muita vontade de aprender sobre evolução espiritual/iluminação. Ele tinha lido muitos livros e até mesmo praticado meditação, mas achava que precisava ter um professor para guia-lo no caminho certo. E ao ouvir falar sobre um professor que morava em templo no topo de uma montanha, decidiu procura-lo.
Após longa viagem, ele chegou ao local que era cercado por uma floresta densa. Foi recepcionado por um rapaz que lhe perguntou sobre o motivo e o propósito de sua visita. O jovem se apresentou e disse que queria estudar com o professor. Levado ao professor, este estava sentado no chão sobre um tapete, com os olhos fechados e as mãos pousadas sobre o colo, com uma mesinha à frente. O rapaz se sentiu animado e nervoso ao mesmo tempo, imaginando como seria o professor e o que aprenderia com ele.
O professor estava vestido de forma simples, com uma expressão serena na face. O jovem o cumprimentou e disse-lhe que gostaria de aprender sobre evolução espiritual/iluminação. O professor abriu os olhos e o encarou com um olhar penetrante. Não disse nada por um momento, apenas estudando o rosto do jovem e a linguagem corporal dele, que se sentiu desconfortável, tentando permanecer calmo e atento.
Finalmente, o professor o cumprimentou e se apresentou, dizendo: “Me disseram que você gostaria de aprender sobre iluminação”. Ao assentir, o jovem contou ao professor que tinha lido muitos livros sobre o assunto e praticado meditação e sentia que precisava de um professor que o guiasse de forma correta nesse caminho. Em seguida o professor perguntou-lhe: “O que você sabe sobre iluminação?”. Ele ficou meio confuso porque esperava aprender e não, dizer o que sabia sobre o assunto. Mesmo assim, passou uns 15 minutos explicando sobre o que tinha lido.
Com uma expressão séria, o professor perguntou: “Então você acha que sabe o que é iluminação porque leu vários livros?”. O jovem ficou na defensiva ao perceber que o professor não estava impressionado com tudo o que ele tinha contado e tinha saído da sala. Ao voltar, tinha um bule com chá e uma xícara enorme. Encheu a xícara e serviu chá ao jovem. Ele tomou um pouco, o professor tornou a encher a xícara. Ele tomou mais um pouco e o professor tornou a encher a xícara. E assim continuamente até o jovem pedir para que o professor parasse de encher a xícara porque não estava mais aguentando tomar chá.
O professor sorriu e disse-lhe: “Você está vendo esta xícara cheia? Assim é você com a mente cheia de conhecimentos, mas sem espaço para um entendimento verdadeiro e sabedoria. Você acha que já sabe tudo e na verdade não sabe nada”. Ele ficou com raiva e frustrado pelas palavras duras do professor e porque não esperava ser criticado. Achava que tinha desperdiçado tempo indo procura-lo.
Ao perceber as emoções do jovem, o professor sorriu e disse-lhe: “A xícara simboliza a sua mente e o seu coração. Para aprender algo, você precisa esvaziar a sua xícara para que novas experiências aconteçam. Somente assim você poderá aprender e crescer”.
Quantas vezes nós perdemos a oportunidade de aprender porque achamos que sabemos tudo sobre um determinado assunto e não abrimos espaço para novas vivências, experiências? Não deixamos o outro falar e nos comportamos de forma arrogante, achando que por termos algum conhecimento, não temos nada a aprender com alguém que consideramos saber menos que nós. Somos como xícaras cheias. E sempre teremos algo para aprender, com qualquer pessoa que cruze o nosso caminho.
Cristie Ochiai
Apresentadora do Programa de TV na Web ConVida, Terapeuta em Constelações Familiares, Hipnose e Thetahealing