Hoje, sexta-feira, no dia em que escrevo para vocês, eu estava lavando as louças depois do almoço e me chamou a atenção algo na televisão. O comentarista dizia: “Valendo ouro!”
Pela empolgação, só podia ser algum (a) atleta disputando o posto mais alto do pódio.
Larguei tudo e fui lá ver o que estava acontecendo.

Era a final do judô feminino, categoria 78 quilos.
Aí, entra aquela mulher com o semblante seguro, cara de quem não está lá por acaso (aliás, ninguém está em nenhum lugar por acaso).
Fiquei impressionada com o controle dela em não demonstrar visivelmente o que ia na mente. Aliás, isso é o que eu mais admiro num atleta: o controle emocional sob pressão.

E o porquê desse tema de hoje, 4 minutos?
Porque esse foi o tempo de duração da luta.
O que são 4 minutos para quem está em vantagem numa luta? A pessoa fica ansiosa para que acabe logo? E o que são 4 minutos para quem está perdendo? Deseja que o tempo se dilate para que possa reverter a situação?
E na fala da campeã, brasileira obviamente, foi uma vida por um dia.
Eu diria que foi uma vida de dedicação por 4 minutos.

Isso me fez lembrar daqueles relatos de pessoas que, no acontecimento marcante das torres gêmeas, escaparam da tragédia. Um porque o despertador não tocou e a pessoa se atrasou, outro porque um passarinho sujou a roupa e ele teve que voltar para casa e se trocar.
Então, eu procuro não reclamar quando essas coisas acontecem, coisas que estão totalmente fora do meu controle. Escolho, na maioria das vezes (porque sou imperfeita e me descontrolo também, claro!), pensar que existe uma razão maior porque aquilo aconteceu.

Poucos minutos ou segundos nos separam de acontecimentos significativos em nossas vidas.
Me lembro que um dia, eu estava indo trabalhar e normalmente estaciono o carro numa vaga. Mas naquele dia, apesar de ter visto aquele espaço vago, num ímpeto, decidi pegar a rua à direita e estacionar num outro local, um pouco mais longe.

No momento em que estacionei o carro, ouvi um barulho muito forte de batida. Um motorista perdeu o controle do veículo, bateu no carro que estava logo acima da vaga que eu geralmente estaciono e o empurrou até o outro espaço vago. E se eu tivesse parado lá, estaria ainda dentro do carro. Foram mais ou menos 5 segundos entre a decisão de parar em outro lugar e a batida.
O peso que o tempo tem para cada pessoa, é muito relativo.

Para algumas pessoas, chegar 10 minutos atrasadas não tem peso nenhum. Para outras, chegar no horário combinado é como se estivessem atrasadas.
Penso que só não podemos chegar atrasados para viver.
4 minutos podem nos fazer ter arrependimentos que vão durar a vida toda. E acredito que uma das piores sensações é quando você diz: Ah, se eu tivesse feito isso…Ah, se eu tivesse falado aquilo…Ah, se eu soubesse…

O arrependimento corrói o corpo e a alma.
Não deixem para depois, o que vocês podem fazer agora. Estejam presentes e sejam um presente na vida das pessoas que são importantes para você.

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