Este é um assunto um pouco delicado, mas que precisa ser abordado para servir de alerta.
Quando o pai tem um temperamento explosivo e fica facilmente irritado, grita, a criança pode ter um desenvolvimento em duas direções extremas: ou ela se torna irritável como o pai ou ela pode se tornar uma pessoa tímida e insegura.
Quando o pai tem esse tipo de temperamento, ele não consegue fornecer uma imagem masculina positiva, encorajadora e tolerante para o seu filho. Consequentemente, o filho luta para se desenvolver num homem com traços masculinos positivos, uma vez que a formação do gênero ocorre principalmente através da imitação.
Quando um pai não consegue dar um bom exemplo, o filho normalmente carece de autodisciplina e requer supervisão constante em tudo o que vai fazer, tanto os estudos quanto a carreira futura. A figura masculina que era para ser uma figura que fornece segurança e validação para o desenvolvimento da autoconfiança, se torna uma figura ameaçador, que gera insegurança e medo. Muitos começam aí uma história de dependência em drogas e jogos, entre outros.
E esse filho, ao iniciar relacionamentos românticos, provavelmente vai exibir um dos padrões a seguir.
O primeiro é herdar o modelo emocional do pai, tornando-se irritável e emocionalmente instável. Quando criança ele pode ter se submetido ao autoritarismo do pai, incapaz de se rebelar, mas isso pode aflorar na adolescência ou mais tarde, em relacionamentos íntimos, refletindo a agressividade do pai com a parceira e para compensar a incapacidade da criança de enfrentar o pai anteriormente.
E isso também reflete o tipo de modelo de relacionamento que o filho teve quando criança, baseado em autoridade e submissão. Esse filho provavelmente vai gritar com a parceira, criticar e intimidar, para satisfazer sua necessidade de dominar.
O segundo tipo é caracterizado pela timidez e pela incapacidade de assumir responsabilidades masculinas típicas no relacionamento. Alguns, em vez de se tornarem autoritários como os pais, tornam-se extremamente gentis. Isso pode parecer uma quebra no ciclo do temperamento do pai, mas pode na verdade refletir uma pessoa que tem dificuldades em lidar com os problemas quando eles surgem, tornando-se esquivos e irresponsáveis. Isso é consequência do medo infantil do pai descontrolado, deixando a criança mal preparada para resolver problemas e assumir responsabilidades como um homem maduro deveria fazê-lo.
Esse tipo de pai geralmente passa pouco tempo com a esposa e o filho, ignorando-os até que surja um problema. Quando isso acontece, o pai surge com criticas ao filho ou à esposa pela má educação. A ansiedade gerada na mãe, mais a irritabilidade do pai, muitas vezes produzem uma criança que carece de auto-afirmação, que procura o tempo todo agradar aos outros. Além disso, pela ausência do pai, o filho interage principalmente com figuras femininas, como a mãe, a avó e as professoras. Essa falta de um modelo masculino pode levar o filho a desenvolver traços mais femininos, que podem torna-lo vulnerável ao bullying. Além disso, numa relação futura, esse filho, pode continuar muito ligado à mãe, dependendo da opinião dela sobre assuntos pertinentes ao casal. E aí, o cenário não é muito favorável ao casal.
As mães dão ao filho uma sensação de segurança, enquanto os pais dão a base para o sentimento de realização da criança. Os filhos precisam do senso de força masculina para explorar o mundo, algo que a mãe não vai poder fazer.
Se você percebe que passa por esse tipo de situação, a primeira coisa a fazer é reconhecer que isso é disfuncional e é algo que pode ser mudado.