Grande parte de nós, acredito que tenha consciência do quanto estamos viciados em redes sociais. Mas isso não é uma novidade.
Na verdade, é uma fuga da nossa própria vida, o que já acontecia de outras formas.
De alguma forma, quando a nossa vida não parece tão interessante, quando nos falta um propósito claro, não sabemos onde queremos chegar, nós temos a tendência a fugir desse desconforto, que nem sempre é consciente.

Esse tédio que nos acomete, faz com que procuremos distrações, que são fugas de nós mesmos.
Antes, ficávamos grudados na televisão, assistindo novelas.
Hoje, tem os “doramas” (dramas) que nos distraem dos nossos problemas. Mergulhamos num mundo “cor de rosa”, inocente porque a nossa realidade muitas vezes é difícil de encarar.

Imagem-de-Gerd-Altmann-por-Pixabay

O casamento nem sempre está bom, às vezes os filhos estão dando trabalho na escola, a parte profissional tem os seus percalços. E nós “precisamos” dessas fugas para aliviar o fardo da nossa vida.
As redes sociais e doramas, nada mais são do que as distrações que as antigas novelas traziam.

Não há problema algum em fazer isso de vez em quando, desde que temos consciência do que está acontecendo das nossas vidas e que saibamos lidar com as situações, sem fugir delas. Porque, quanto mais fugimos das frustrações que nos acontecem, mais difícil fica, lidar com elas posteriormente. É uma alienação que traz um alívio ilusório e temporário, porque aquela questão que varremos para debaixo do tapete, em algum momento virá à tona, talvez pior do que no início. E as redes sociais, de alguma forma, vão trazer um cenário ilusório de vidas alegres, prósperas, coloridas, como se nós estivéssemos vivendo tudo aquilo.

Momentaneamente saímos das dificuldades do nosso dia a dia para viver aquelas vidas de glamour, de consumismo exagerado que muitas vezes escondem vazios, choros, depressão, transtornos de ansiedade, que não são publicados nas redes.
Será que adianta fugir da nossa realidade, ou melhor, mergulhar na ilusão que as redes sociais apresentam, para chegar à conclusão de que a nossa vida não parece tão interessante quanto às que vemos nas redes?

Será que vale a pena tanta exposição, estresse, o sacrifício da família?
Nós só vemos parte do que acontece nas redes sociais. A vida em si, com todas as suas nuances, não é mostrada.
Qual a nossa necessidade de fuga que nos leva a acreditar que tudo que vemos é o que é?
Essas fugas sempre existiram. As redes sociais são a “bola da vez”. E acabaram se transformando em um vício, sendo o celular, uma extensão dos nossos braços.

Hoje, dificilmente alguém acorda sem que a primeira coisa a fazer, seja olhar o celular.
O problema não é o celular ou as redes sociais e sim, o uso que se faz deles.
Estamos deixando de viver a nossa vida, para “viver a vida do outro”.
Vale a pena esse desperdício de vida? Porque é um desperdício…

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