Escrevo para que as ideias e os pensamentos não transbordem e também para que postas em palavras, as reflexões não se percam em alguma caixinha dentro do meu hd.

Sendo assim, acontece de algumas pessoas sugerirem temas para reflexões, e um deles foi sobre “a dor de um coração partido”.

Naquele momento, imaginei que a pessoa se referia a uma perda afetiva pelo abandono ou rompimento com a pessoa amada.
E na situação em que estamos vivendo atualmente, estamos muito mais atentos às perdas de entes queridos ou até mesmo a de pessoas que não são tão ligadas a nós afetivamente.
E por que uma perda, seja ela de qual natureza for, dói tanto?

Quando sofremos essas perdas, os mesmos locais onde há atividades cerebrais quando sentimos dor física, são estimulados, quando temos o coração partido.
É por isso que dói tanto.
A dor é palpável. Dói o peito, parece que tem algo comprimindo, um peso enorme e a recuperação pode levar mais tempo do que gostaríamos.

E quando a perda acontece porque não foi por escolha de ninguém, e sim porque a pessoa deixou esse plano terreno repentinamente, a dor dilacera.

É como se alguém tivesse arrancado o nosso coração com as mãos, sem aviso, sem anestesia.

Perguntei a um amigo que sofreu esse tipo de perda, o que ele tinha feito para superá-la e juntar os pedaços dele que restaram, e a resposta foi:
“Minha querida, ainda não consegui juntá-los. O que tenho feito é tentar me acostumar com essa condição que será sempre nova a cada amanhecer. Todos os dias são sempre um recomeço”.

Acredito que uma das coisas mais devastadoras que podem acontecer na vida, é a perda de um ente querido.

Palavras são inúteis nessa hora.
Inconsolável é o adjetivo que melhor descreve quase todas as pessoas que passam por esta situação. A dor emocional e física, é dilacerante.
Um tempo de luto é necessário para assimilar e aceitar a perda. Algumas pessoas nunca conseguem aceita-la.

O problema é que não gostaríamos que tivesse chegado esse momento, um momento de despedida, e se pudéssemos, retrocederíamos o relógio.
É por isso que cuidar da nossa parte espiritual, independentemente de religião que escolhemos, é tão importante quanto cuidar do nosso físico e da nossa saúde emocional.
O bem-estar está intimamente alicerçado nesses três pilares: físico, mental (emocional) e espiritual. Se uma dessas partes for negligenciada, será como uma casa construída sobre a areia, sem fortes bases e ao menor sinal de uma tempestade, tombará onde lhe falta um pilar de sustentação.
A fé nos mantém firmes em tempos de adversidades, quando o mar está revolto, quando a areia movediça dos nossos problemas está nos engolindo.
Imagine que os nossos problemas são essa areia movediça. Se focarmos apenas nos problemas, não enxergaremos a solução, aquele galho logo acima da nossa cabeça que poderá nos salvar.
Às vezes, esse galho é apenas um momento de reflexão, de conexão com o Criador, um momento de respirar mais profundamente e permitir que as ideias se organizem.

Nas horas de desespero em que o coração e o corpo doem, porque estamos machucados emocionalmente, o apoio das pessoas que amamos também é fundamental.
E um dia, quem sabe, o coração, embora com uma cicatriz profunda, parede sangrar e voltemos a sorrir…

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui