Franciscologia

Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos falar sobre o bem-aventurado Francisco.
PRIMEIRO LIVRO de Tomás de Celano – Primeira Vida.

Para louvor e glória de Deus todo-poderoso Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.
Começa a vida do nosso beatíssimo Pai Francisco.

Do espírito profético e das advertências de São Francisco

O bem-aventurado Francisco se enchia todos os dias da consolação e da graça do Espírito Santo. Com todo o cuidado e solicitude, dava a seus novos filhos a nova formação, ensinando-os a trilhar com passo seguro o caminho da santa pobreza e da bem-aventurada simplicidade. Certo dia, admirando a misericórdia do Senhor nos muitos benefícios que executava por seu intermédio, e desejando que o Senhor se dignasse mostrar-lhe como ele e os seus deveriam progredir na perfeição, foi para um lugar de oração, como fazia com frequência. Lá ficou bastante tempo rezando com temor e tremor, diante do Senhor de toda a terra. Relembrando com amargura os anos que aproveitara mal, repetia sem cessar: “Meu Deus, tende compaixão de mim que sou pecador” (Lc 18,13), Pouco a pouco, começou a sentir o coração inundar-se de uma alegria incontável e de uma suavidade sem tamanho. Também começou a sentir que saía de si mesmo, dissipando-se os temores e as trevas que se tinham juntado em seu coração por medo do pecado, e lhe foi infundida uma certeza da remissão de todos os pecados e uma confiança de que viveria da graça. Arrebatado em êxtase e absorvido totalmente em claridade, alargou-se a sua mente e pôde ver com clareza os acontecimentos futuros. Quando a suavidade e a luz se afastaram, ele, renovado no espírito, parecia transformado em um novo homem. Voltou todo alegre e disse aos irmãos: “Consolai-vos, caríssimos, e alegrai-vos no Senhor. Não vos entristeçais por parecerdes poucos, nem vos desanime a minha simplicidade ou a vossa, porque, como o Senhor me mostrou na verdade, Deus nos vai fazer crescer como a maior das multidões e vai propagar-nos até os confins da terra. Para vosso maior proveito, sou obrigado a contar o que vi. Preferiria calar-me, se a caridade não me obrigasse a contá-lo. Vi uma enorme multidão de homens vindo a nós e querendo viver conosco este gênero de vida e esta Regra de santa religião. Parece-me ter ainda em meus ouvidos o seu rumor, indo e vindo conforme a disposição da obediência. Vi que os caminhos pareciam apinhados de gente vinda de quase de todas as nações: vêm franceses, apressam-se espanhóis, correm alemães e ingleses e se adianta uma multidão enorme de outras línguas diversas”. Ouvindo isso, os frades se encheram de salutar alegria, tanto pela graça que o Senhor concedera ao seu santo como porque tinham sede ardente do bem do próximo, desejando aumentar em número, para em Deus poderem ser salvos todos juntos. …

Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa
Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.

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