Franciscologia

Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos falar sobre o bem-aventurado Francisco.

PRIMEIRO LIVRO de Tomás de Celano – Primeira Vida.

Para louvor e glória de Deus todo-poderoso Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.

Começa a vida do nosso beatíssimo Pai Francisco.

Do cuidado que tinha pelos irmãos e do desprezo de si mesmo e da verdadeira humildade

Chegando à porta da cidade, mandou ao frade que o acompanhava que lhe amarrasse uma corda no pescoço e o conduzisse assim, feito um ladrão, por toda a cidade, clamando como um pregoeiro: “Vejam o comilão que engordou com carne de galinha, que comeu sem vocês saberem”. Muita gente correu para ver o estranho espetáculo e se pôs a chorar e a gemer dizendo: “Pobres de nós, que passamos nossa vida cometendo crimes e que saciamos o coração e o corpo com luxúrias e bebedeiras! ” E assim, de coração compungido, foram chamados a uma vida melhor por tão grande exemplo. Tinha atitudes dessas com muita frequência, tanto para desprezar-se com perfeição como para convidar os outros a uma honra que não se acaba. Julgava-se desprezível, sem temor nem preocupação pelo corpo, que expunha valentemente aos maus tratos, para não ser levado por seu amor a cobiçar alguma coisa terrena verdadeiro desprezador de si mesmo, sabia ensinar os outros a se desprezarem também, falando e dando exemplo. Resultado: era exaltado por todos e todo mundo o tinha em alta conta, pois só ele mesmo se julgava o mais vil e só ele se desprezava com ardor. Muitas vezes sentia uma dor imensa quando era venerado por todos e, para se livrar da consideração humana, encarregava alguém de o insultar. Também chamava algum irmão e lhe dizia: “Mando-te por obediência que me injuries com dureza e que diz a verdade contra a mentira dessa gente”. E quando o irmão, contra a vontade, o chamava de vilão, mercenário e parasita, respondia sorrindo e aplaudindo bastante: “O Senhor te abençoe porque estás falando as coisas mais verdadeiras. É isso que o filho de Pedro de Bernardone precisa ouvir! ” Dizia isso para lembrar sua origem humilde. Para mostrar quanto era desprezível e para dar aos outros um exemplo de confissão sincera, quando cometia alguma falta, não se envergonhava de confessá-la na pregação, diante de todo o povo. Até mais: se tinha algum pensamento desfavorável sobre alguém, ou por acaso tivesse dito alguma palavra mais dura, confessava na mesma hora e humildemente o pecado à própria pessoa de quem tinha pensado ou dito mal, e lhe pedia perdão. Mesmo que não pudesse fazer a si mesmo nenhuma censura, pela solicitude com que se guardava, sua consciência não lhe dava descanso enquanto não conseguia curar com bondade a ferida espiritual. Gostava de progredir em todo tipo de empreendimento, mas não queria aparecer, fugindo à admiração por todos os meios, para não cair na vaidade. Pobres de nós, que te perdemos, pai digno e exemplo de toda bondade e humildade. …

Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa

Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.

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