Franciscologia

Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos continuar a falar de Santa Clara “Plantinha” do Pai Seráfico.

As virtudes de Santa Clara

Essa ordem insólita da serva de Cristo foi recebida pela filha humilde, ainda que com admiração, tratando, porém, de cumpri-la não sem devoção, cresceu por dom divino entre as mãos da que cortava aquela pequena matéria e houve uma porção copiosa para cada uma do convento. Também de modo semelhante, quando faltou azeite no alguidar, a virgem preclara lavou com as próprias mãos uma vasilha que lhe foi levada e, imediatamente, colocada lá fora, pediu por suas sagradas preces que fosse divinamente transbordada de azeite até a boca. O rigor da austeridade sagrada, pelo qual a brilhante esposa de Cristo não sem razão pôde afirmar que era negra, mas formosa, em parte imitável, em parte admirável, quem o quiser ouvir humildemente poderá comprovar na verdade. Pois mais cobria do que abrigava seu pequeno corpo com uma tunicazinha simples e uma vil capinha de pano rude; ignorava absolutamente o uso de plumas, peles e mesmo de calçados, e esmagava a tenra carne durante todo o tempo com contínuos jejuns. Jejuando continuamente a pão e água a quaresma maior e a que chamam de São Martinho, só nos domingos provava um pouquinho de vinho. Mas em três dias da semana, na segunda, quarta e sexta feiras, não tomava nenhum alimento, de maneira que assim se sucediam alternadamente dias de uma refeição pobre e dias de acerba mortificação, e a vigília da inédia perfeita era como uma festa de pão e água. No fim o bem-aventurado Francisco proibiu esse excessivo fervor de austeridade, mandando que não passasse nenhum dia sem tomar pelo menos uma onça e meia de pão para o necessário sustento da natureza. Usava às vezes um duro cilício feito de pelos de cavalo com nós, que amarrava aqui e ali ao corpo com rudes cordas. Tinha como leito muitas vezes a terra nua ou sarmentos de videira, e um toco duro lhe servia de travesseiro, até que, com o corpo debilitado e alquebrado, por ordem de São Francisco começou a usar um saco cheio de palha. Mas conservava em toda a sua mortificação um rosto festivo e alegre, de forma que resplandecia com clareza na virgem Clara aquela verdade: nada é impossível, nada é duro, nada é difícil para quem ama. Assim, castigando, esmagando e mortificando aquela carne virginal desde a juventude até à velhice, com os duros flagelos da disciplina, quebrou o alabastro do corpo, para prestar o devido culto ao Rei da glória crucificado, enchendo a casa da Igreja universal com a suave fragrância dos perfumes espirituais. Como era grande a devoção, como era grande a virtude desta virgem sagrada é atestada pelas incansáveis vigílias com derramamento de lágrimas, mas também pelo excesso mental e pelos secretos colóquios do esposo com a eficácia de obter mais facilmente as coisas que pedia com confiança…

Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.

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