Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos continuar falando sobre São Francisco de Assis. Agora o TRATADO DOS MILAGRES de Tomás de Celano. Encarcerados e presos.
Olhando para o cárcere viu que as tábuas se abriam sozinhas e lhe apresentavam o caminho aberto para sair. Solto, estava assustado e não sabia fugir, mas gritando na porta espantou todos os guardas. Quando eles anunciaram ao bispo que ele tinha sido libertado, o bispo achou que ele tinha fugido e, não sabendo que era um milagre, tomado de medo, porque estava doente, caiu de onde estava sentado. Mas quando soube direito do que tinha acontecido, foi ao cárcere com devoção e, conhecendo manifestamente a força de Deus, lá adorou o Senhor. As correntes foram levadas para o senhor Papa e os cardeais que, quando viram o que tinha acontecido, ficaram muito admirados e bendisseram a Deus. Guidalotto de San Gimignano foi falsamente acusado de ter matado um homem com veneno e que queria envenenar o filho e toda a família da mesma pessoa. Por isso foi preso pelo podesta do lugar, trancado com pesadíssimas correntes e jogado numa torre em ruínas. O podesta ficou pensando nas penas que poderia aplicar-lhe para que confessasse o crime pela tortura, e no fim mandou suspende-lo num cavalete giratório. Ainda puseram em cima dele muitos pesos de ferro, até que perdeu os sentidos. Mandou que fosse muitas vezes abaixado e levantado, para que no meio de tantas penas levasse-o a confessar mais depressa o crime. Mas o seu espírito de inocência se manifestava alegre no rosto e não mostrava nenhuma tristeza nas torturas. Então acenderam um bom fogo embaixo dele, mas nenhum de seus cabelos se queimou, apesar de estar pendurado de ponta cabeça. No fim, derramaram em cima dele óleo fervendo, mas, como era inocente e se tinha encomendado desde o começo ao bem-aventurado Francisco, suportou tudo rindo. Naquela noite, como de manhã ele devia ser levado para cumprir a pena, foi visitado pela presença de São Francisco, e cercado por um imenso fulgor luminoso até de manhã, ficou naquela claridade cheio de alegria e com uma enorme confiança. Bendito seja Deus que não permite que os inocentes pereçam e no dilúvio de muitas águas está pronto para os que nele esperam. Uma condessa na Esclavônia, ilustre pela nobreza, mas também pela virtude, ardia de devoção por São Francisco e tinha grande afeto para com os frades. Na hora do parto, tomada por dores atrozes, ficou numa angústia tão grande que parecia que o nascimento do filho estava indicando a morte da mãe. Não parecia que o menino pudesse sair sem que a mãe perdesse a vida e, no esforço, não ia parir mas perecer. Lembrou-se em seu coração da fama de Francisco, de sua virtude e glória; sua fé se animou e sua devoção se acendeu. Voltou-se para o auxílio eficaz, para o amigo fiel, para a consolação dos devotos, para o refúgio dos aflitos. Disse: “São Francisco, todas as minhas entranhas suplicam a tua piedade, e faço no coração um voto que não consigo expressar”. Foi admirável a rapidez da piedade! Acabou de falar, acabou a dor; terminou o trabalho e começou o parto. Acabou todo o aperto e teve o parto com saúde. Não se esqueceu do voto nem da promessa. Mandou construir uma belíssima igreja em honra do santo e a entregou aos frades. …
Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.