Franciscologia

Paz e Bem, meu amigo e irmão, vamos continuar falando sobre São Francisco de Assis. Agora o SEGUNDO LIVRO de Tomás de Celano. Lamento a ele sobre os ociosos e gulosos.

Disse uma vez: “Quero que todos os meus frades trabalhem e estejam sempre ocupados, e os que não sabem, que aprendam algumas artes”. E deu o motivo: “Para sermos menos pesados para as pessoas e para que não fiquem vagando na ociosidade o coração e a língua”. Mas não deixava o pagamento ou gratificação pelo trabalho com quem os recebia: tinham que os entregar ao guardião ou à família. Seja-me permitido, pai santo, elevar hoje ao céu a minha lamentação por aqueles que se dizem teus. São muitos os que detestam o exercício das virtudes e preferem descansar em vez de trabalhar, provando que não são filhos de Francisco, mas de Lúcifer. Temos mais doentes que militantes quando, nascidos para o trabalho, deveriam ver sua vida como um combate. Não gostam de ser úteis pela ação, e pela contemplação não o conseguem. Perturbam a todos com sua singularidade, trabalham mais com a boca que com as mãos, odeiam quem os repreende na porta e não se deixam tocar nem com a ponta dos dedos. O que mais me escandaliza são aqueles que, como dizia o bem-aventurado Francisco, em sua casa só conseguiam viver com o suor e agora, sem trabalhar, alimentam-se com o suor dos pobres. Admirável prudência! Não fazem nada mas dirias que estão sempre ocupados. Sabem as horas das refeições e, quando a fome aperta, dizem que o sol é que está atrasado. Será que posso acreditar, pai bondoso, que as monstruosidades dessas pessoas vão ser dignas de tua glória? Não merecem nem o hábito! Sempre ensinaste que, neste tempo passageiro e fugaz, precisamos nos enriquecer de méritos, para não ter que mendigar no futuro. Mas esses frades, destinados ao exílio, não estão aproveitando nem a pátria. E essa doença grassa entre os súditos porque os prelados se omitem, como se fosse possível virem a escapar do suplício desses frades cujos vícios eles sustentam. Queria que os ministros da palavra de Deus fossem tais que se entregassem totalmente aos estudos espirituais, sem ser impedidos por outros cargos. Dizia que tinham sido escolhidos por um grande rei para transmitir aos povos as palavras recebidas de sua boca. E afirmava: “O pregador tem que haurir primeiro nas orações feitas em segredo aquilo que depois vai derramar em palavras sagradas. Tem que se afervorar primeiro por dentro, para não proferir palavras frias”. Afirmava que esse ofício devia ser respeitado e que todos deviam venerar os que o exercem. Dizia: “Eles são a vida do corpo, eles é que combatem os demônios, eles são a luz do mundo”. Achava que os doutores em sagrada teologia mereciam honras ainda maiores. Certa ocasião fez escrever o seguinte, como norma geral: “Devemos honrar e venerar todos os teólogos e os que nos administram as palavras de Deus como aqueles que nos administram espírito e vida”. Mandou escrever um dia no cabeçalho de uma carta que ele enviava a Santo Antônio: “A Frei Antônio, meu bispo”. Dizia que devíamos chorar pelos pregadores que muitas vezes vendem o seu ministério por um tostão da vanglória. Curava-lhes às vezes os tumores com este remédio. …

Para louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo Amém. (Continua na próxima edição – Programa Francisco Instrumento da Paz). Paz e Bem.

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