Diagnóstico precoce é fundamental para garantir a qualidade de vida do paciente

Estima-se que, no Brasil, o número de pessoas com a doença de Alzheimer, conhecida pela perda progressiva de memória, esteja na faixa de 2,4 milhões de pessoas. Foi o que apontou o 1º Relatório Nacional de Demências, publicado em 2023. A pesquisa mostrou, ainda, que a quantidade de pessoas não diagnosticadas varia de 75% a 95%. Visto o cenário, a campanha Fevereiro Roxo busca sensibilizar a população sobre doenças crônicas que afetam milhões de pessoas em todo o mundo. Dentre os quadros, o Alzheimer destaca-se como uma das principais causas de demência em idosos.

Em 2022, a Organização Mundial da Saúde (OMS) fez um alerta sobre falhas no combate à demência e destacou que o diagnóstico pode alcançar 139 milhões de pessoas em 2050. Para doutora Ana Carolina Dalmônico, coordenadora do serviço de Neurologia do Pilar Hospital. “Os dados evidenciam a necessidade de conscientização e de ações de prevenção. É preocupante vermos um crescimento tão significativo no número de casos em nosso país. Isso destaca a importância de medidas preventivas e de apoio aos pacientes e familiares”, diz.

O Alzheimer é caracterizado como um transtorno neurodegenerativo que afeta a memória, o pensamento e o comportamento, tendo um impacto significativo na vida dos pacientes e das pessoas próximas. “Identificar o Alzheimer em um familiar pode ser desafiador, mas alguns sinais podem indicar a presença da doença. Quanto mais cedo for detectada, melhor será o prognóstico e a qualidade de vida do paciente”, observa.

O esquecimento de eventos recentes, a dificuldade em encontrar palavras, a desorientação em relação a lugares conhecidos e alterações de humor e de personalidade são alguns dos alertas. Nessas situações, a neurologista reforça que o reconhecimento precoce dos sintomas é fundamental para garantir o diagnóstico e o tratamento adequado.

De acordo com a especialista, o envelhecimento e fatores de risco aumentam as chances de desenvolvimento da doença. Por outro lado, a manutenção de uma dieta equilibrada, a prática de atividade física regularmente, o estímulo do cérebro com atividades cognitivas e uma vida social ativa podem ajudar a reduzir esse risco.

Quanto ao tratamento, embora não exista uma cura definitiva para o Alzheimer, existem opções terapêuticas que podem auxiliar no controle dos sintomas e na redução da progressão do quadro. “É importante que os pacientes recebam apoio médico e psicológico adequado, além de estímulos cognitivos e um estilo de vida saudável”, orienta a especialista.

Alguns testes para avaliar o risco de Alzheimer já começaram a ser oferecidos no Brasil e um deles detecta a presença de proteínas que indicam a formação de placas amiloides cerebrais, uma das principais características da doença de Alzheimer. Os exames são indicados para quem já apresentas sinais de perda cognitiva e, atualmente, são realizados somente em redes particulares de laboratórios. (Por Pedro Neto/Assessoria)

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui