A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, o presidente da CNBB, cardeal Sergio da Rocha, e o secretário-geral da entidade, dom Leonardo Steiner,

A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) abriu oficialmente na quarta-feira de cinzas (06), em Brasília, a CF (Campanha da Fraternidade) 2019 com o tema ‘Fraternidade e Políticas Públicas’ e o lema ‘Serás libertado pelo direito e pela justiça’. Nesta Campanha, a ser desenvolvida mais intensamente no período da Quaresma, a Igreja Católica busca chamar a atenção dos cristãos para o tema das políticas públicas, ações e programas desenvolvidos pelo Estado para garantir e colocar em prática direitos que são previstos na Constituição Federal e em outras leis.

O presidente da CNBB, cardeal Sergio da Rocha, disse que o objetivo da campanha deste ano é estimular a participação dos cristãos na construção e acompanhamento das políticas públicas, para fortalecer a cidadania e o bem comum, que são sinais da fraternidade. Ele esclareceu ainda que a Igreja não adota uma postura político-partidária. Sobre a reforma da Previdência, o cardeal disse que a CNBB ainda avaliará o texto enviado pelo governo. Segundo ele, o importante é assegurar os direitos dos menos privilegiados e evitar retrocessos de conquistas dos trabalhadores. “É muito importante o diálogo. Não apenas entre o governo e o Congresso, mas um diálogo que escute todos os segmentos da sociedade”, disse. Segundo o cardeal, a Igreja já manifestou essa preocupação em governos anteriores que tentaram aprovar mudanças na Previdência.

Durante o lançamento da Campanha, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, disse que o papel do Ministério Público é zelar para que as políticas públicas incluam todos os cidadãos, alertando que as medidas adotadas pelo Estado não podem discriminar e devem contribuir para o combate da corrupção, criminalidade, violência e pobreza. “São os mais pobres, sempre, as maiores vítimas do egoísmo humano. E a solidariedade é o seu maior antídoto”, disse a procuradora. Ao comentar a proposta de reforma da Previdência, Dodge adotou um tom prudente, e disse que todo e qualquer governo deve prezar pela Constituição, que, segundo ela, estabelece critérios para um Estado fraterno. “A campanha lembra que fraternidade e política pública são temas vinculados, e que cada cidadão tem o direito e o dever cívico de participar da elaboração das políticas públicas. A discussão sobre a reforma da Previdência é um debate cidadão”, disse.

A procuradora-geral, Raquel Dodge, destacou, mais de uma vez, a necessidade do combate à corrupção que, segundo ela, é uma ameaça ao financiamento de políticas públicas voltadas para a população brasileira.

CF 2019 – O texto-base da campanha descreve, entre outros tópicos, sobre o ciclo e etapas de uma política pública e faz a distinção entre as políticas de governo e as políticas de Estado, bem como apresenta os canais de participação social, como os conselhos previstos na Constituição Federal de 1988. Todos os anos, a CNBB apresenta a CF como caminho de conversão quaresmal. É uma atividade ampla de evangelização que pretende ajudar os cristãos e pessoas de boa vontade a vivenciarem a fraternidade em compromissos concretos, provocando, ao mesmo tempo, a renovação da vida da Igreja e a transformação da sociedade, a partir de temas específicos. Em 2019, a Conferência convida todos a percorrer o caminho da participação na formulação, avaliação e controle social das políticas públicas em todos os níveis como forma de melhorar a qualidade dos serviços prestados ao povo brasileiro. (Das assessorias e Agência Brasil).

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