Saulo Lucas Meneleu luta contra um tipo de câncer que atinge de 4% a 7% dos pacientes que desenvolvem tumores malignos no pulmão

Saulo Lucas busca ajuda na internet para custear o tratamento, tanto com ‘vaquinha virtual’ como de doação do medicamento que necessita

Regiane Romão

A solidariedade muda a vida de muitas pessoas. E isso transforma o mundo. Quando pessoas de diversas partes do planeta se unem para ajudar quem não conhece, seja através de vaquinhas virtuais ou de doações, é possível acreditar que ainda há esperança na humanidade.

Exemplo de quem tem sentido todos os dias o calor da solidariedade é o engenheiro agrônomo e técnico em segurança do trabalho, Saulo Lucas Meneleu, um bandeirantense de 38 anos, casado com com Vanessa e pai de Sofia e Lorena. Ele sofre de um câncer raro no pulmão e depende de doações para se manter vivo.

A descoberta da doença aconteceu após uma tosse intensa, que persistiu durante todo o ano de 2020. Sem um diagnóstico conclusivo, Saulo procurou uma especialista em Bandeirantes e, então, a médica especialista pneumologista, dra Daniele Valentini, solicitou uma tomografia do pulmão. Nesse exame foi constatado uma massa no pulmão esquerdo do tamanho de uma maçã. Após a biópsia foi diagnosticado como uma mutação ALK, conhecido também como Adenocarcioma. Encaminhado imediatamente para Londrina, Saulo foi para o Hospital Universitário e outro especialista, dr Otávio que indicou cirurgia para a remoção completa do pulmão esquerdo. “Isso foi em março de 2021. Vai completar um ano que entrei na sala cirúrgica. Hoje tenho apenas o pulmão direito, mas tenho alguns nódulos de câncer nele também”, comentou. Na época, o médico havia alertado a família de que o paciente ficaria na UTI e entubado por pelo menos cinco dias, entretanto, como Saulo acredita em um milagre completo, no final do mesmo dia ele estava no quarto jantando.

Essa forma de câncer, segundo Saulo Lucas, é rara e bastante agressiva, e a doença se alastrou pelo tórax, ossos e também para o pulmão direito. Conduzido para o Hospital do Câncer em Londrina, Saulo está sendo atendido pelo oncologista Rivadávio Antunes, que sugerir um tratamento novo. Um medicamento capaz de reduzir a doença. Porém, o custo desse medicamento é alto, cerca de R$ 30 mil, mas, como era a única esperança, Saulo se agarrou a ela.

De acordo com o bandeirantense, foi dada entrada em um processo judicial para que a União adquira o medicamento, contudo o trâmite legal é burocrático, lento e demorado. E a luta de Saulo é justamente contra o tempo. Sendo assim, uma das alternativas foi criar a ‘vaquinha virtual’, espaço em que ele solicita ajuda para comprar o medicamento. “Eu faço a vaquinha virtual e quando atinge o valor necessário eu paro de pedir. Não quero mais do que preciso. Apenas quero o suficiente para comprar a medicação”, ressaltou.

Mas, a solidariedade das pessoas não se restringe apenas na doação em dinheiro. Uma sobrinha de Saulo, vendo toda a luta do tio para conseguir os remédios, entrou em grupos nas redes sociais com a mesma doença, e encontrou pessoas e famílias que possuíam caixas da medicação também para doação. Desses ilustres desconhecidos, Saulo conseguiu que lhe fossem doadas seis caixas do remédio desde que começou o tratamento e com as vaquinhas virtuais ele comprou mais seis.

Esse tratamento do qual Saulo está submetido, tem a capacidade de reduzir os tumores cancerígenos, porém, é um tratamento permanente, já que ele bloqueia a mutação do gene, então, mesmo com a regressão total do tumor a medicação não pode ser interrompida.

Apesar de toda a dificuldade que tem enfrentado, o bandeirantense é muito grato a Deus e também a ciência, que pôde proporcionar essa intervenção de melhoria e benefícios para sua saúde, tempo e um pouco mais de qualidade de vida. “Algumas pessoas têm efeitos colaterais. Mas, eu, Graças a Deus não tive nada. Atualmente eu consigo respirar bem. Só não consigo fazer muito esforço físico, porém, eu vou conseguir viver e ver minhas filhas crescerem”, conta feliz.

Na oportunidade, Saulo aproveitou para agradecer a todos que o tem ajudado. “Não vou nominar porque posso esquecer de alguém. Muita gente daqui de Bandeirantes me ajudou. E também, através da vaquinha virtual pessoas de várias partes do mundo me ajudaram. Só tenho a agradecer. Muito obrigado”, suspirou.

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