Exemplo disso é a história de Renato e Maria, que rifaram único bem quitado do casal, um carro Fiat Uno; e o ganhador do prêmio, Jean Carlos, vendo as dificuldades deles, devolveu o veículo aos donos
Por Regiane Romão
Solidariedade. Amor ao Próximo. Generosidade. Em tempos de individualismo, empatia continua sendo o antídoto. Apesar do mundo imperfeito, ainda é possível encontrar pessoas leais e caridosas.
Em Bandeirantes, um ato de generosidade comoveu uma família. Renato de Almeida de Souza e Maria José Batista Souza passavam por dificuldades financeiras e decidiram fazer uma rifa do único bem quitado que eles dispunham, um Fiat Uno avaliado em R$ 5 mil.
O dinheiro arrecadado com a rifa serviria para montar uma serraria, profissão que Renato exerce há anos. Porém, como os planos as vezes dão errado, Renato e Maria tiveram que deixar a casa em que viviam, após o patrão de Renato falecer. Eles, então, tiveram que se mudar. E o desemprego bateu à sua porta, fazendo-o entrar nas estatísticas dos milhões de brasileiros.
Um amigo do casal ofereceu uma casa para eles morarem, já que o valor do aluguel era baixo e eles conseguiriam pagar. Desta maneira, o dinheiro da rifa seria usado para construir a casa no terreno (adquirida em parcelas) em que seria construída a serraria.
Com a venda dos números da rifa, a família conseguiu arrecadar R$ 4 mil e o contemplado foi Jean Carlos Carvalhatti. Renato, então, foi entregar o carro e os documentos ao ganhador. Aí que a história teve sua reviravolta. Jean Carlos resolveu devolver o carro para Renato.
Tal atitude mudou totalmente o rumo da situação. A família tinha o dinheiro da rifa e o carro de volta. A comoção tomou conta do casal.
O rapaz de apenas 24 anos, Jean Carlos Carvalhatti, que veio de Andirá tentar a sorte em Bandeirantes, mora sozinho e está também desempregado, isso há dois meses. “Eu não conhecia a família do Renato, comprei um número da rifa por indicação de um amigo. Quando ele foi me entregar o carro, eu senti no meu coração o desejo de devolver. Deus tocou meu coração naquele momento”, contou sobre os motivos que o levaram a retribuir tal gentileza.
Com o veículo novamente, Renato aceitou oferta de um dos irmãos em troca do carro por materiais em construção, e agora segue a construção da casa da família.
PROBLEMAS DE SAÚDE – Diagnosticado há cinco anos com síndrome do pânico, Renato faz tratamento e se diz 80% curado. “Por ter síndrome do pânico não consigo trabalhar como empregado, por conta das crises, tomo vários remédios e sei quando vou ter crises. Tomo a medicação, fico isolado e espero passar. Como já trabalhei como serralheiro ia montar a oficina e comprar as ferramentas, mas os planos mudaram e construímos a nossa casa”.
FAMÍLIA – Um dos irmãos que está desempregado está ajudando na construção e a mãe emprestou a Kombi, já que ela não consegue dirigir. “Todo mundo se ajuda. Somos em quatro irmãos e estamos sempre juntos”.
RENDA FAMILIAR – Maria, para ajudar com as contas da casa faz churros e vende. Ela usa as redes sociais para oferecer o produto. A família luta por dias melhores, e dessa forma encontra anjos em forma de amigos. Como é o caso de Jean, que passou a fazer parte do grande círculo da amizade do casal.