“Você só tem dois anos de vida”!
22 meses se passaram desde o dia em que ele ouviu aquela “sentença”, restando então, somente 2 meses…

Recentemente eu li uma matéria publicada no site da BBC, sobre o preconceito contra doenças cuja causa é emocional, e não, física. Nesta matéria, a neurologista irlandesa Suzanne O’Sullivan relata que conheceu Yvonne, uma paciente,  assim que se formou em medicina. A paciente estava cega, e não havia uma causa física para o problema – era uma manifestação do estresse emocional. De acordo com a neurologista, “nosso corpo produz o tempo todo sintomas físicos em resposta a emoções. Muita gente fica com as mãos trêmulas ao fazer uma apresentação em público, outras pessoas sentem o coração disparar se estão ansiosas e há ainda as que ficam coradas quando sentem vergonha. O que ocorre é que todos lidamos com o estresse de formas diferentes”. A neurologista também ressalta que não conseguimos escapar de tais sintomas da mesma forma que evitamos uma gripe (usando mais agasalhos no frio) ou uma lesão muscular (aquecendo o corpo antes de correr).

“Não podemos evitar os sintomas físicos diante de uma situação de estresse”, explica a médica. O que podemos fazer é evitar que eles se transformem em algo incapacitante. Você pode reconhecer os sintomas e alterar a resposta do seu organismo.”
E as pesquisas comprovam que 80% dos nossos problemas de saúde possuem origem psicossomática, ou seja, a origem da doença começa na mente. A ciência já é capaz de dizer que a emoção afeta não apenas a nossa saúde mental, mas também o bem-estar físico, especialmente relacionado ao coração. Um coração partido realmente pode machucá-lo porque os mesmos locais no cérebro que são ativados quando sentimos uma dor física, são ativados quando sentimos uma dor emocional.

E segundo a Faculdade de Medicina de Harvard, nos EUA, já existem dados que sugerem o quanto os fatores psicológicos podem impactar na saúde do coração e, inclusive, aumentar o risco de doenças cardíacas.
Quando você faz exercícios físicos, as batidas do coração passam a trabalhar de forma acelerada; a pressão arterial sobe e a respiração aumenta para sincronizar com os pulmões e melhorar oxigenação do sangue. Assim a energia (açúcar) vai para os músculos. No decorrer de um treino, esse esforço, desde que moderado, é considerado bom para a maioria das pessoas saudáveis.

Mas o que acontece quando você recebe notícias ruins, como uma sentença do tipo “Você vai morrer em 2 anos?”. O coração bate mais rápido, a pressão arterial sobe e a respiração aumenta. Ou seja, a reação é bem semelhante aos exercícios físicos. E porque um é bom e o outro não, para nós? A resposta é simples. Porque a emoção traz a ação repentina. O coração não tem tempo de se adaptar às mudanças necessárias para resistir a esse tipo de estresse. A intenção de trazer todos esses dados científicos foi para fazermos uma reflexão. Ok, a pessoa que recebeu o diagnóstico/’sentença de morte’ acima, está com a saúde em condições precárias. Não estou minimizando a gravidade do problema.

Mas pensem comigo: Como vocês acham que ficou essa pessoa ao ouvir que só teria 2 anos de vida? Imaginem o estresse pelo qual ela passou e o que aconteceu no organismo dela? Como eu já citei algumas vezes aqui, o nosso cérebro obedece ao nosso comando. Ele não sabe se o que pensamos ou dizemos é bom para nós ou não. Ele age de acordo com as nossas crenças.
Então, nós precisamos tomar muito cuidado com a forma como nos comunicamos com as pessoas, principalmente quando se trata de lidar com vidas.
Nós não temos o direito de tirar as esperanças de quem quer que seja, por qualquer motivo que seja, porque uma pessoa sem esperanças, já morreu em vida…

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