Eurípedes Mesquita Rodrigues, pioneiro e co-fundador do povoado da estação

Pioneiros do Povoado da Estação

Parte 02

*Walter de Oliveira

Após havermos falado em Idalino Cipriano Carneiro, como sendo o primeiro dos pioneiros do povoado que se transformou na sede do município, falaremos hoje dos demais pioneiros, a partir de Eurípedes Mesquita Rodrigues.

Sobrinho de Juvenal Mesquita, Eurípedes, a exemplo do seu ilustre tio, tem o seu nome imortalizado como designativo de uma das principais ruas da nossa cidade. Ele não foi apenas mais um pioneiro do segundo povoado do município (o primeiro, todos se lembram, foi o da Invernada). Ele foi – em parceria com Ozório Nogueira – seu co-fundador. Conta-nos o seu filho e professor da Uenp, Eurípedes Mesquita Rodrigues Filho, popularmente conhecido por Euri, que seu pai sempre lhe dizia que veio para os sertões do norte do Paraná em 1919, com 24 anos de idade. Estrada naqueles tempos, nem pensar. Um “picadão” mata adentro, era por onde vinham e iam as pessoas em trânsito (sempre em lombo de cavalos) e os famosos “burros de carga” que, provindos de Ourinhos/SP e Alambari (primeiro nome da cidade de Cambará) traziam provisões e medicamentos para os moradores do nascente povoado da Invernada, levando de volta para aquelas cidades, víveres e mantimentos produzidos na Invernada e região; era o intercâmbio comercial entre esses polos. Natural de Santa Rita de Cássia/MG, Eurípedes era filho de Antônio Rodrigues, coronel da Guarda Nacional, e de dona Ernestina Mesquita, dos quais herdou, além dos bens materiais, os dotes de probidade, sobriedade e as muitas virtudes pessoais, que o tornaram no protótipo de pessoa que muitos dos nossos contemporâneos conheceram. Sobre os muitos feitos e episódios de que Eurípedes foi protagonista, falaremos em nosso livro, no capítulo “Vultos Eméritos do Município”.

Antenor Moretti, pioneiro do povoado da estação

O segundo pioneiro de que hoje trataremos já é sobejamente conhecido dos nossos leitores, mercê de sua ativa e destacada participação ao menos durante três décadas (30,40 e 50) na vida de Bandeirantes. Estamos falando de Ozório Gonçalves Nogueira. Natural de Pradópolis/SP, já no final dos anos 20 ele residia na capital paulista, onde era professor na tradicional Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (hoje uma universidade com 40 cursos em sua grade curricular). Também jornalista, Ozório deixou tudo isso, rendido que foi pelos encantos de tudo que conheceu em uma viagem que para cá havia feito em companhia de sua jovem e bela esposa Ismênia, que como antes dito foi a primeira professora do povoado da estação. Escusado dizer mais sobre os feitos desse pioneiro e co-fundador do povoado da estação, que só veio ter o seu nome dado a uma instituição de ensino local no ano de 2016. Por ocasião da montagem do acervo do Museu Municipal Maria Calil Zambon, ao escrevermos as legendas identificando foto desse pioneiro (em que eram feitas menções à sua participação na nossa história), foi que surgiu a ideia de homenageá-lo. Essa oportuna lembrança partiu do 1º sargento da Polícia Militar, Osvaldo Ormeneze Filho, como nós, conselheiro do museu e participante da organização do seu acervo. Ao seu questionamento de “por quê” Ozório não tinha nenhuma homenagem ao seu nome, o então prefeito Celso Silva, respondeu positivamente, prometendo sanar tal omissão. Foi em razão disso que Celso pediu ao deputado estadual Luiz Cláudio Romanelli apresentasse à Assembleia Legislativa do Paraná, um projeto de lei dando o nome de Ozório ao CEEP do jardim Yara, que estava em fase final de construção.

Essa oportuna lembrança do sargento Ormeneze foi, de fato, que levou prefeito Celso Silva a tirar do limbo do esquecimento o nome desse importante pioneiro do segundo povoado do município. A referência ora feita ao nome do amigo Ormeneze, dá-se à também oportuna observação feita pela professora Márcia Cristina Souza, a quem agradecemos com todo penhor. Essa nossa atenta leitora lembra também, que a exemplo do que fez Celso Silva, cessando a injusta omissão com o nome de Ozório, a atual administração poderá fazê-lo no tocante à falta de justa homenagem à sua esposa dona Ismênia. A sugestão está posta nos termos sugeridos pela insigne professora. Isto posto, vamos agora à menção a outros pioneiros – não todos, por impossível – do povoado da estação. Lembramos aos nossos leitores, que com a união dos dois povoados e a criação do município, a nossa história adquire outra conotação, passando a ser una e indivisível.

São os seguintes – conforme o livro de Solano Medina e pesquisas que fizemos a respeito – os nomes que obtivemos: Antenor Moretti, Antônio Storer, Benedito Manso, Benedito Leite de Negreiros, Carlos Storer, Estevão Leite de Negreiros, Guilherme Knoll, Guilherme Sachs, Hamilton Oliveira, João Batista de Souza (ou João Guimarães), Joaquim Carreira, José Gabeloni, irmãos José e Josué Aranha, José Martins Pinhão, Manoel Raposo da Silva, Manoel Marques Godinho, Otacílio Arantes Pereira, Pedro Rosa Ruiz, Pompeo Tomasi, Vicente Forcinetti e Waldemar Sachs.

Procuraremos agora dar mais dados sobre aqueles que, nos primórdios da história do município, contribuíram para a sua evolução e crescimento. Nesse sentido relacionaremos as primeiras atividades desenvolvidas por aqueles bandeirantenses, desde os tempos da Invernada de Eugênio Macaco. Certamente serão relatórios áridos; mas obrigatórios, pelo seu caráter histórico.

* Walter de Oliveira, 89, articulista desta Folha, é bandeirantense, nascido em 1932

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