Miguel Bomediano Nogueira e sua esposa, dona Therezinha da Silveira Nogueira (foto cedida por sua filha Ana Lúcia).

Os Pioneiros, por ramo de atividade no povoado (De 1931 A 1950)

Vigésima Segunda Parte

*Walter de Oliveira

Interrompemos o nosso relato sobre os pioneiros (1931/1950) por ramo de atividade quando listávamos o primeiro no ramo de corretores de imóveis, que, à época, e segundo Solano Medina, só existiam dois. Todavia, e como os conhecíamos, existiam outros, como os nossos leitores poderão ver. Dizíamos no artigo anterior, que Albano Martins Gonçalves era um profissional polivalente, eis que, foi pioneiro também em outros afazeres. Com efeito, além de corretar transações imobiliárias, seo Albano Martins, como era conhecido, chegou a exercer, interinamente a função de escrivão distrital e também de avaliador do Banco do Brasil, cuja agência, com jurisdição sobre a nossa região (incluindo as nascentes cidades nossas vizinhas) era sediada em Cambará. Infelizmente não temos maiores informações sobre esse importante pioneiro. Casado ele era, pois nos lembramos de sua bonita esposa, cujo nome não sabemos, como ignoramos também se tiveram filhos.

b) Antônio Martins. Homônimo do pai do ex-prefeito Lino Martins (que foi pioneiro noutra atividade), desse pioneiro citado por Solano Medina nada mais conseguimos apurar a seu respeito e, portanto, registra-se tão somente que tivemos um pioneiro assim chamado, no ramo de corretagem de imóveis.

Yoshiteru Nishimura e sua esposa, dona Kimiyo Hamamura Nishimura (foto cedida por seu filho, Hemerson Nishimura)

c) Yoshiteru Nishimura, também conhecido por Paulo ou Paulinho Nishimura. À exemplo de Albano Martins Gonçalves, Yoshiteru Nishimura foi também, como diremos em artigo futuro, pioneiro em outra atividade. Porém, como corretor de imóveis e embora olvidado nos registros de Solano Medina, Nishimura foi dos mais ativos e demandados, a partir da elevada estima e conceito que desfrutava junto à grande colônia japonesa local. Um detalhe a ser destacado, é que Paulo Nishimura tornou-se amicíssimo do usineiro (ainda não comendador) Luiz Meneghel, que por seu intermédio, adquiriu várias das suas extensas áreas em que cultivaria cana-de-açúcar. Brasileiro naturalizado, Nishimura foi casado com dona Kimiyo Hamamura Nishimura, conhecida como dona Deolinda, e o casal teve os seguintes filhos: Hemerson Yoshiyki (conhecido como Boyá), Odila Teruyo, Mirian Miyeko, Reinaldo e Ataíde (já falecido).

d) Joaquim José do Rego. Último dos pioneiros na corretagem de imóveis, Seo Joaquim do Rego, como era conhecido, era o que podíamos chamar de um dínamo ambulante, tal era a sua movimentação pessoal. Nós, que bem o conhecíamos (não obstante a diferença de idade), perguntamos-lhe, certa feita, o porquê de ele estar ora aqui e ora ali, em vários pontos da cidade. Sua resposta foi que “cobra que não anda não come sapo”. E foi essa sua forma de ser e trabalhar, que o levou a ser, em sua época, um dos mais produtivos corretores de imóveis. Casado com dona Abadia Cristina de Jesus, José Joaquim do Rego foi pai dos seguintes filhos: José, Flausino, Alcino, Tereza, Maria Leopoldina, Célia e Diva.

Listaremos agora os pioneiros de uma atividade que, confessamos, não se propagou através dos tempos. Todavia, nos anos 50, segundo o exaustivamente citado livro “O Município de Bandeirantes – 1950”, de Solano Medina, foi uma profissão senão prevista em lei, mas, que de fato existiu. Nos referimos aos “corretores de transportes”, uma atividade possivelmente assemelhada ao que hoje é o “agente de viagens”.

Vamos encontrar na letra a), não um pioneiro pessoa física, mas uma firma, cuja razão social era “Empresa Transportadora Andrade”. Entendemos haver aqui alguma contradição, posto que a dita empresa não “corretava” transporte, mas “fazia”. Essa empresa pioneira era estabelecida no lugar onde hoje se acha instalada a Farmácia Santa Cecília, na esquina das ruas Eurípedes Rodrigues e Prefeito José Mário Junqueira. A única referência que temos para levar aos nossos leitores, é que o seu gerente se chamava Romeu Andrade, cujo sobrenome, idêntico ao da razão social da firma, sugere que ele pudesse ser seu sócio proprietário.

b) José Cunha. Desse pioneiro, não obstante os esforços envidados, nada podemos acrescentar ao seu próprio nome.

c) Mais um nome pioneiro dos corretores de transportes (o último mencionado por Medina), foi Miguel Bomediano Nogueira, que na verdade o conhecemos como funcionário da empresa “Máquinas Santa Mariana”, pioneira na compra de cereais. Homem sobremaneira expedito e da mais alta conceituação profissional, Bomediano foi casado com dona Therezinha da Silveira Nogueira, filha do “Mineiro do Arroz Doce”, cujo casal teve os seguintes filhos: Ana Lucia (casada com o conhecido comerciante Wilson Barbosa de Lima), João Bosco, os gêmeos: Miguel e Maria da Penha, Maria Isabel e Teresa.

(continua…)

* Walter de Oliveira, 89, articulista desta Folha, é bandeirantense, nascido em 1932

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