João Batista da Silva, mais conhecido por “Ingué” e sua esposa dona Helena Vieira da Silva (foto cedida por sua filha Fátima)

Os Pioneiros, por ramo de atividade no povoado (De 1931 A 1950)

Vigésima Quarta Parte

*Walter de Oliveira

Retomamos a listagem dos nossos pioneiros (1931/1950) do passado da estação e da cidade, por ramo de atividade, em que os focados são os donos das “sapatarias” e os chamados “oficiais” de sapateiros ou seleiros. Hoje continuamos a listagem a partir da letra g), na qual vamos encontrar o pioneiro Antônio Schimith. Pioneiro no ramo de selaria, ele fugia do padrão dos seus iguais de profissão, a começar do fato de residir na zona rural. A sua propriedade, uma sorte de dez alqueires de terras ficava (e fica) à margem esquerda do Ribeirão das Antas, confrontando com o lado direito da estrada vicinal que liga o asfalto para Itambaracá ao asfalto para a Águas Yara. Pai de numerosos filhos (dezesseis ao todo), seo Schimith dividia o seu tempo entre as lidas rurícolas ao lado dos filhos e as muitas encomendas que lhe chegavam para consertar selas e arreios, e de trançar laços de couro cru, no que era um mestre, cujo trabalho realizou quase até o final dos seus oitenta e sete anos, uma vida plena e profícua. Casado com dona Neusa Sossoloto, o casal teve os seguintes filhos: Sônia, Aparecida das Graças, José Antônio, João Eduardo, Maria Inês, Luiz Benedito, Cleverson, Fátima Tereza, Claudomiro, Maria de Lourdes, Lúcia Raquel, Braz Waldir, Waldecir Aparecido, Paulo, Cássio e Elizabeth.

Ana de Castro, filha do pioneiro José de Castro, conhecido por “Peixe” (foto cedida pela neta Ana)

h) Benedito José de Castro e José de Castro. Pai e filho, respectivamente, esses dois pioneiros foram “oficiais” sapateiros da Sapataria Santana, do pioneiro José Barbosa de Lima. Do primeiro, informa-nos sua neta Ana, que ele foi casado com dona Ernestina Porfírio de Castro e que tiveram os filhos José, Francisco e Ana. Esses dois pioneiros eram mais conhecidos pelo apelido de “Peixe”. Já Francisco, o segundo filho de Benedito, era conhecido pelo apelido de “Bagre” e trabalhava como vendedor e entregador de compras da Casa Vitória. O pioneiro José de Castro foi casado com dona Amália de Castro e o casal teve os filhos Marlene, Antônio e Aparecido, conforme nos informou sua neta Luzia. A primeira informação sobre José de Castro a obtivemos de sua neta, cabeleireira Rosemeire.

i) João Batista da Silva. Mais conhecido pelo apelido de “Ingué”, esse pioneiro (que aprendeu o ofício com o pioneiro Marobo, de quem falaremos em nosso livro), primeiramente foi estabelecido na Travessa São Domingos (hoje Hélio Gonçalves) e depois na Avenida Bandeirantes, na esquina com a Azarias Vieira de Rezende (antiga Avenida Bahia). Um especialista em selas, arreios e demais acessórios de montaria, “Ingué” era pessoa bastante discreta e singular. Sabemos, por familiares seus, que no seu tempo escolar (quando teve entre seus colegas, José Milani, o popular Juca Milani), ele se revoltou com sua professora – que o fez se ajoelhar sobre grãos de milho – e chamando-a de “piolhenta”, nunca mais retornou à escola. Por conta disso – e por necessidade – acabou criando um singular método de trabalhar com os números, de forma a realizar com sucesso as quatro operações básicas da matemática. João Batista da Silva foi casado com dona Helena Vieira da Silva e o casal teve os filhos José Luiz, Maria Luiza, Eunice, Fátima Lúcia e Alessandro (o popular “Chocolate” do Procon).

 j) Marobo. Desse pioneiro, temos, por ora – e graças à lembrança do professor Walter Candioto – apenas o seu apelido. Contando com a ajuda dos nossos leitores e novas buscas que faremos, esperamos trazer a seu respeito informações mais completas quando da edição do nosso livro.

k) Dionísio Ferreira Gomes. Originariamente agricultor, esse pioneiro decidiu mudar-se para a cidade, onde associou-se ao pioneiro João Batista da Silva (“Ingué”), ainda quando este era estabelecido na antiga Travessa São Domingos (hoje Hélio Gonçalves). Passados anos, Dionísio comprou a parte do seu sócio e já na esquina da Avenida Bandeirantes, com a Azarias Vieira de Rezende, seguiu na profissão de seleiro até a sua aposentadoria. Casado com dona Maria Tereza de Souza Gomes, o casal teve os seguintes filhos: Maria Elizabeth, Alberto, Mauro, Vera, Lucinéia e Maria Cristina.

l) Virgílio Pinto de Toledo. Esse pioneiro tinha a sua sapataria situada na Avenida Bandeirantes, um pouco antes de onde hoje se situa a Sapataria Santana. Anos mais tarde, Virgílio Toledo ingressou nos quadros do Ministério da Saúde e mudou-se para a cidade de Uraí. Ele foi casado com dona Iraci Bonfim Toledo e tiveram as filhas Rivalda, Ivanilde, Belarmina (conhecida por Bela) e um filho, cujo nome não conseguimos saber.

 (continua…)

* Walter de Oliveira, 89, articulista desta Folha, é bandeirantense, nascido em 1932

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