Pioneiro Cezar Bottarelli Netto (Foto cedida por Carlos Roberto da Silva, Secretário Executivo da Câmara Municipal de Bandeirantes).

Os Pioneiros, por ramo de atividade no povoado (De 1931 A 1950)

Vigésima Sexta Parte

*Walter de Oliveira

Passados quinze dias de nosso último artigo, retomamos a listagem dos pioneiros então conhecidos por “guarda-livros”, ou seja, os donos de escritórios de contabilidade, ou os profissionais que com eles trabalhavam, lembrando sempre que essa listagem se atém os anos 1931/1950. É oportuno lembrar também que no caso dos contadores e/ou “guarda-livros” estarão inclusos aqueles que se ocupavam das escritas das fazendas e outras atividades de grande escala financeira, caso da usina de açúcar e álcool do município. Resultará disso tudo, que por dificuldade de obtermos informações mais abrangentes, não há, neste momento, como evitarmos a omissão de muitos nomes. Todavia, como já temos recebido e incluído em nossos relatos informações que nos chegaram pela gentil colaboração dos nossos leitores, muitos dos ora omitidos haverão de estar listados no nosso livro, a ser lançado oportunamente.

Hoje, retornamos a enumerar os nossos pioneiros da contabilidade, a partir da letra b), na qual vamos encontrar uma das mais emblemáticas pessoas que conhecemos e de quem privamos sua amizade.

Pioneiro Antônio Cordér e esposa Umbelinda (Foto cedida por seu genro, Luiz Fernando Biaggi).

Falamos do piracicabano Antônio Cordér, ou “seo Cordér”, como era conhecido. No contexto da urbe, Antônio Cordér teve destaque como devotado professor da Escola Técnica de Comércio, da qual foi literalmente o fundador e diretor por muitos anos. Outra sua marcante atuação no contexto urbano, foi o seu grande e frutífero trabalho no Lar São Vicente de Paulo, como ainda lembrava dias atrás, José Rossato Filho, sucessor do seu pai, outro grande batalhador em prol daquela benemérita instituição. Mas a grande e maior atividade exercida por “seo Cordér”, foi à frente da contabilidade da Usina Bandeirante, onde, ainda nos primórdios dessa grande empresa substituiu Izalino Costa, o primeiro contador da empresa e do qual voltaremos a tratar logo adiante ou em outro artigo. Ao tempo que todos os lançamentos contábeis eram feitos manualmente, Antônio Cordér era um “showman” nesse mister. Com energia inesgotável, jamais chagava ao trabalho com o sol nascido, de onde comandava seu pequeno exército de escriturários (Izidoro Pinilha Montoya, Rubens Nunes Pereira, Humberto Azevedo, Natanael Carvalho (o popular Cacema), José Maria Domingues Salles e outros). De volta à casa, lá ia ele – após o jantar – às suas atividades de magistério na Escola de Comércio. E não bastasse isso tudo, foi ele, talvez, o maior radioamador de toda essa região setentrional, e como tal, prestou muitos serviços de utilidade pública. Antônio Cordér foi casado com dona Umbelinda Gonçalves Cordér e o casal teve os seguintes filhos: Marcos, Paulo, Maria Augusta, Elizabeth e Maria Antonieta.

c) Cézar Bottarelli Neto. Este pioneiro foi figura das mais destacadas dos primórdios da nossa história, mercê não só dos seus dotes e atributos profissionais, como também do seu mais de uma vez provado comprometimento com as causas e os interesses públicos. De sua biografia – assim como das de outros ilustres bandeirantenses da época – trataremos no capítulo dos vultos eméritos de nossa cidade, em nosso livro já referido. Por ora falaremos do “seo” Cézar Bottarelli contabilista. Residindo na esquina das antigas ruas Maranhão (atual Juvenal Mesquita) e Quintino Bocaiuva (atual Prefeito José Mário Junqueira), no exato lugar onde hoje está a loja Compucel Informática, ele instalou o seu escritório numa sala da própria casa. Para ali, afluíam os interessados de estabelecer com os mais diversos ramos na nascente cidade. Convocado para as mais altas funções nas gestões municipais que se sucediam, Cézar Bottarelli se via obrigado a dividir o seu tempo entre escritório e prefeitura, o que importava em altas vigílias noturnas com livros e lançamentos contábeis e fiscais. Embora com esforços hercúleos, ele sempre levou a bom termo as suas tarefas, sem jamais transigir com nada que lançasse qualquer sombra sobre a sua reputação e honorabilidade. Casado com dona Zilda Marcondes Bottarelli, o casal teve os filhos Paulo, Terezinha e Cézar Bottarelli Filho (o popular ex-Cezinha do SAAE e do Posto).

d) Cyríaco Russo, e) Maria Aparecida Russo Vasco e f) José Paschoa. O ajuntamento desses três pioneiros se deve ao fato de serem parentes e ao mesmo tempo donos do escritório em que trabalhavam, eles e diversos outros funcionários. O Escritório Bandeirantes situava-se na Avenida Bandeirantes, no mesmo e atual endereço, mas hoje pertencente aos irmãos Reginaldo e José Marcos Ticianel. Nele trabalhavam, além dos três ditos pioneiros, Fidélis Cipriano Vasco (marido da pioneira Marai Aparecida), João Maria Brandão (que depois se formaria em direito e se tornaria juiz de direito), Cézar Bottarelli Filho e Lourdes Bomediano Nogueira.

Com relação ao pioneiro Cyríaco Russo, falam do seu destacado valor e procedimento, dentre outros fatos, ser ele o patrono da escola de ensino médio situada à Rua Benjamin Caetano Zambon, na lateral do Colégio Estadual Nóbrega da Cunha e ainda a homenagem póstuma que lhe foi prestada pela Academia Paranaense dos Contadores, por ocasião da posse do acadêmico bandeirantense Miguel Kenji Iwamoto, em 24 de abril de 1991. Para além do notável contabilista que foi, Cyríaco Russo foi dos mais devotados professores da nossa referida e extinta Escola Técnica de Comércio, de onde emergiram dezenas de outros contadores, muitos dos quais em atividade em nossa cidade, caso dos irmãos Lino, Flávio e Antônio Carlos Martins, dos também irmãos João e Carlos Malaghini, Odair e Júlio César Von Der Osten, Cézar Bottarelli Filho e tantos outros.

 (continua…)

* Walter de Oliveira, 89, articulista desta Folha, é bandeirantense, nascido em 1932

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