Pioneiro José Paschoa e sua esposa dona Zulmira (foto cedida pela filha Elizabeth).

Os Pioneiros, por ramo de atividade no povoado (De 1931 A 1950)

Vigésima Sétima Parte

*Walter de Oliveira

De volta ao nosso labor de resgate da história do município, lembramos que estamos listando os nossos pioneiros dos anos 1931/1950, no momento em que registramos aqueles que se ocuparam do setor de contabilidade, à época conhecidos também por “guarda-livros”. No momento em que encerramos nosso artigo anterior, falávamos, na letra f), do pioneiro Cyríaco Russo, o qual foi casado com dona Rachel Paschoa Russo e o casal teve os seguintes filhos: Willian, Ivone, Neusa, Maria Aparecida e Cyra. A pioneira Maria Aparecida Russo Vasco, braço direito do pai no Escritório Bandeirantes, chegou a ser homenageada pelo CRC do Paraná, como a primeira mulher contadora da região norte do Paraná. Ela foi casada com Fidélis Cipriano Vasco e o casal teve os seguintes filhos: Maria das Graças, Vânia Maria e José Maria. O pioneiro José Paschoa (cunhado de Cyríaco Russo), fechava o triunvirato que comandava o escritório. Além da sua competência profissional, o pioneiro José Paschoa era dessas figuras recebidas de braços abertos por todos os segmentos da nossa sociedade de então, mercê da sua simpatia e gentileza com que tratava todas as pessoas que o procuravam. José Paschoa foi casado com dona Zulmira Martins Paschoa e o casal teve as filhas Sílvia, Heloísa Helena e Elizabeth.

Pioneiro Dante Negrisoli e sua esposa dona Leonor (foto cedida pela filha Alba Maria, através de Roberto Casali Pavan)

g) Dante Negrisoli. Esse pioneiro, a exemplo do pioneiro Antônio Cordér, foi outro cujas atividades profissionais foram fora do contexto urbano. Contador da Fazenda Carvalhópolis, de propriedade de Ângelo Pavan, esse pioneiro “guarda-livros” era dono (em sociedade com José Pavan, filho do seu patrão) da venda de secos e molhados que atendia grande parte das demandas dos colonos e demais empregados da fazenda. De descendência italiana, como o patrão, Negrisoli era homem da maior competência e honorabilidade, e por isso desfrutava da mais alta estima e respeito, quer da parte do patrão, quer da parte dos empregados da fazenda. Dante Negrisoli foi casado com dona Leonor Florindo Negrisoli e o casal teve os filhos Deise, Ari, Maria José e Alba Maria (dados que conseguimos graças à atenção e boa vontade do ruralista Roberto Casali Pavan, neto do pioneiro em cafeicultura Ângelo Pavan).

h) Izalino Costa. Já mencionado na letra “b” (quando listamos Antônio Cordér), esse pioneiro chegou aqui no ano de 1943, procedente da cidade do Rio de Janeiro e foi logo ganhando realce pelo fato de ser o primeiro contador da Usina Bandeirante, em cujo posto foi sucedido por Cordér, ao ser contratado pelo Grupo Costa Júnior, da Usina de Jacarezinho, onde trabalhou até se aposentar. Além do excelente profissional que sempre foi – atestado por uma vida inteira de trabalho – Izalino houve por bem provar ser realmente um carioca, quando naqueles idos anos, encabeçou o primeiro carnaval de rua não só de Bandeirantes, mas de todo o norte pioneiro. À época, a nossa cidade era centro desses tradicionais folguedos, com direito a “Rainha do Carnaval” e tudo o mais. A jovem Iracema Trautwein (que mais tarde popularizou-se como dona Iracema da coletoria), mãe da professora-doutora da UENP, Conceição Cossa (chamada de “Con” pelos mais próximos), foi a primeira dessas rainhas. O pioneiro Izalino Costa foi casado com dona Alice Otênio Costa e o casal teve os seguintes filhos: José Tadeu e Maria Luiza, segundo informações passadas por José Luiz Otênio, sobrinho do pioneiro.

i) Luiz dos Reis Pinto. Esse pioneiro nos remete ao ano de 1950, eis que, após as aulas do ginásio (então funcionando na Usina Bandeirante, para onde os estudantes iam no ônibus de Hamilton Oliveira Filho), depois do almoço, íamos trabalhar no seu escritório, como aprendiz dessa profissão, que, não obstante das mais nobres e essenciais, não foi a seara da nossa vida. O escritório do “guarda-livros” Luiz dos Reis Pinto ficava na antiga rua Benjamin Constant, hoje Benjamin Caetano Zambon, no exato local em que se acha instalada a Imobiliária Bandeirantes e o escritório jurídico, ambos do advogado Nelson Rosa dos Santos. Ali, além do dito pioneiro, trabalhávamos, além deste que vos escreve, o contador Adalberto (um simpático nordestino e cujo sobrenome não mais nos lembramos), Augusto dos Reis Pinto, filho do pioneiro e apelidado de Augustinho Saúva (que mais tarde fez carreira como locutor esportivo, começando na Rádio Cabiúna e chegando à PRB-2, de Curitiba) e Lourdes Raposo de Almeida, filha do advogado pioneiro Osvaldo Raposo de Almeida. Luiz dos Reis Pinto, mais que um competente profissional era pessoa das mais afáveis e atenciosas, razão do imenso rosário de amigos que possuía. Foi casado com dona Dalcina Louro Pinto e o casal teve o filho Augusto, já referido, e uma filha cujo nome já não mais nos lembramos (o próprio nome da esposa recuperamos por gentileza do amigo João Sartori, tabelião de notas da cidade).

j) Osvaldo Salles Cunha. Esse pioneiro conhecemos em 1943, quando nosso pai era colono na Fazenda Vera Cruz (do paulista Jorge Pacheco Chaves), de cuja fazenda “seo” Osvaldo era contador. Desse pioneiro, além da sua mestria profissional, podemos afirmar se ele o dono da letra mais uniforme e bonita que já vimos, desde os tempos de escola e todos os anos de lide cartorária, onde nos aposentamos. Osvaldo Salles Cunha foi casado com dona Maria Elmíria Domingues Salles e o casal teve os filhos Maria José e José Maria, tendo este se tornado popularíssimo até os anos 2000, como o “Salles da Usina”.

 (continua…)

* Walter de Oliveira, 89, articulista desta Folha, é bandeirantense, nascido em 1932

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