Luiza Miranda, que se tornaria a senhora Luiza Miranda Ferraz e dona Eiko Iwasaki Hashitani, esposa do pioneiro Heizo Hashitani (foto obtida a partir de postagem no Grupo Bandeirantes-Pr, no Facebook).

Os Pioneiros, por ramo de atividade no povoado (De 1930 a 1950)

Trigésima Terceira Parte

Walter de Oliveira*

Com agradecimentos pelos muitos e generosos comentários dos leitores destes fragmentos (como o do amigo Paulinho Miquelino – “caiu um cisco aqui”, sobre o nosso artigo anterior), que ocuparão este espaço ainda por um bom tempo, começamos hoje listando o último pioneiro do ramo de “funilaria”.

Assim temos na letra b) João Montes Rodrigues. Este, como boa parte dos nossos pioneiros, ficará na memória do município graças à simples menção ao seu nome no livro de Solano Medina, uma singela obra editorial de 1950. É a partir dessas simples, porém, utilíssimas menções, que vamos à busca de referências outras sobre esses “construtores da nossa história”. Se por um acaso conhecemos os descendentes de alguns deles, nestes nos louvamos para a obtenção de maiores informações, as quais, sobretudo quanto aos nomes dos cônjuges e filhos, também as conseguimos com a ajuda dos cartórios do registro civil (Bruno e Silmar), do registro de imóveis (José Eduardo – Adinho – e Fausto Eduardo, o Tico) e do cartório de notas (Sartori). E foi graças a tais ajudas, que podemos acrescentar que o pioneiro João Montes Rodrigues foi casado com dona Maria Aparecida do Carmo, embora não saibamos, até aqui, da eventual existência de filhos desse casal, e tampouco sabemos em que ponto do povoado ou da cidade ele teria sido estabelecido.

Listaremos a seguir os pioneiros no ramo de fabricação de doces, balas e guloseimas, reduzidos, pelas informações até aqui disponíveis, a dois deles, a saber: a) Heizo Hashitani. Esse pioneiro, estabeleceu-se com a sua fábrica de balas (até hoje a única na história da cidade) na esquina das ruas Eurípedes Rodrigues e Francisca Alves Morilha (dona Fraquita), no exato ponto em que hoje se acha a Mercearia São Francisco (do Bebeto). Além das deliciosas balas, dos mais variados sabores, Heizo Hashitani fabricava ainda caramelos, pipoca caramelizada, paçoquinhas, pirulitos e outras guloseimas. Sua fábrica foi uma das boas lembranças que ficaram na memória da cidade, a exemplo de outras, como a Perfumaria Palmindaya, sobre a qual ainda discorreremos. O pioneiro Heizo Hashitani foi casado com dona Eiko Iwasaki Hashitani e o casal teve os filhos Elisa Hasuko, Itiro, Elza Yaserko e Emília Mariko.

b) Pioneiro Hideo Kaneko. Já listado como pioneiro no ramo de bares, esse pioneiro inovou como doceiro artesanal. Com uma extensa lista de doces e guloseimas, Hideo Kaneko orientava e supervisionava o setor produtivo, enquanto a sua simpática esposa (como o são todos os orientais), atendia à enorme clientela do estabelecimento, dentre a qual e ainda pré-adolescente, figurávamos. Hideo se estabeleceu no lado esquerdo da Avenida Bandeirantes, depois do Posto do Miyoshi, onde é hoje a loja e oficina Motopeças. Casado com dona Shizu Kaneko, ignoramos, até aqui, se o casal teve ou não descendentes.

Carroção de 4 rodas transportando cana de açúcar – Primeira safra da Usiban (foto enviada por Nenê Trindade)

Listaremos agora os pioneiros no ramo de “ferraria”, no qual se inseriam aqueles que tinham os artefatos de ferro como a sua principal matéria-prima. Dizemos principal, porque além do ferro, eles se valiam também da madeira e outros materiais para a finalização dos seus produtos. As ferrarias eram identificadas à longas distâncias, graças ao agudo e cadenciado som produzido pelo incessante malhar das pesadas marretas sobre as bigornas. Tiradas com “pegadores” das embraseadas fornalhas, as purpúreas e incandescentes barras de ferro viravam, em pouco tempo, chapas de guarnecimento das cambotas das rodas raiadas de madeira dos carroções, carroças e carrinhos de mola. Estes, movidos pela força de muares e equinos, eram então, com os históricos carros-de-boi (não fabricados em ferrarias e tampouco em nossa região), o transporte que trazia para a cidade os produtos colhidos na zona rural, e que muito contribuíram para a viabilização do nosso atual e portentoso agronegócio e da nossa agricultura familiar.

Cinco são os pioneiros “ferreiros” que aqui listaremos. Os quatro primeiros têm os seus nomes (não os de família) mencionados no livro de Medina e o último o listaremos por ser de época posterior à edição da citada obra.

a) Ivo Gemba. Situada na antiga rua Rio Grande do Sul (hoje Arthur Conter), em frente à empresa Divon/Claumaq – Máquinas de Sorvetes, a ferraria de Ivo Gemba era tocada por ele e os seus irmãos Vitório e Ari. O pioneiro Ivo Gemba foi casado com dona Aparecida de Jesus Ricci Gemba e apesar de os termos conhecido, não temos conhecimento de descendentes do casal. A exemplo de outras famílias, a família Gemba será objeto de dissertações que faremos em nosso livro.

b) Manoel Sinhô Alves. De novo, a não ser a menção do seu nome no livro de Solano Medina, nada mais pudemos obter sobre esse pioneiro.

c) Shigueo Yonekubo. Sem outras referências no livro de Medina, conseguimos, graças à ajuda do José Eduardo (Adinho) e Fausto Eduardo (Tico), do cartório de registro de imóveis, acrescer que esse pioneiro foi casado com dona Joana Yonekubo, nada sabendo quanto à existência de filhos do casal.

(continua…)

* Walter de Oliveira, 90, articulista desta Folha, é bandeirantense, nascido em 1932

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