Fachada principal do hotel da antiga estação rodoviária. Foto obtida no Grupo Bandeirantes-Pr no Facebook

Os Pioneiros, por ramo de atividade no povoado (De 1930 a 1950)

Trigésima Oitava Parte

Walter de Oliveira*

A nossa primeira palavra ao retomarmos estes fragmentos, é de agradecimento aos nossos leitores, dentre os quais hoje nomeamos Karine Vicente, Carlos Alberto Bentivenha e Flávio Lima. À leitora Karine – nora do casal nosso amigo Lúcia e José Primo Vicente, ambos de saudosa memória, sendo eles, por sua vez, filha e genro do pioneiro João Baptista de Souza –, por nos permitir corrigir a omissão no nosso artigo passado dos nomes de três filhas desse pioneiro, a saber Lúcia, Madalena e Yolanda, omissão essa que será sanada em nosso livro. Ao leitor Carlos Alberto, pelo alerta de que seu avô (Magno Pinto de Toledo) foi pioneiro no ramo ora focado e ao Flávio, pela oportuna lembrança de que o extinto hotel da antiga estação rodoviária, foi um estabelecimento pioneiro, aberto por seu avô Augusto Gomes da Silva.

Dito isso, voltamos aos nossos pioneiros de hotelaria do povoado da estação e da cidade, à época dos anos 1930/1950, quando falávamos, em nossos últimos fragmentos, do Hotel Paraíso, letra “b” da listagem. Como então referido, os primeiros proprietários desse hotel foram os pioneiros Joversino de Assis Teixeira e José Alves Cabral. A exemplo do ocorrido com o Hotel do Minho, que teve a primazia de hospedar um cidadão da importância histórica de Paulo Domingos Regalmuto Coffa, o Hotel Paraíso, por seu turno, teve o privilégio de contar entre a sua distinta clientela, com Luiz Meneghel, tido e havido até hoje – e com muita justiça – como o vulto de maior destaque da história local, mercê dos relevantes serviços prestados ao município e à sua população. O pioneiro Joversino de Assis Teixeira, foi casado duas vezes. Do seu primeiro casamento, cujo nome de sua esposa até aqui não nos foi possível saber, o casal teve os filhos Ormeu, um outro apelidado de Barão, mas de nome ignorado, Ladislau e um último, adotivo, de nome Roberto, apelidado de Catiriba, segundo nos lembra o sempre prestativo amigo Maurício Zulmires de Campos. Já do segundo casamento do pioneiro Joversino, que foi com dona Maria Campos Marotta, não consta que o casal tenha tido filhos. O pioneiro José Alves Cabral foi casado com dona Maria Pereira do Nascimento, mais conhecida por dona Lola, e o casal teve uma filha, por nome de Terezinha.

c) Magno Pinto de Toledo. Esse pioneiro (que também era conhecido por Carlos), segundo proprietário do Hotel Paraíso, alternava essa atividade com a de dono de relojoaria. Esse fato acabou por lhe atribuir o nome de “Carlos Relojoeiro”. Esse pioneiro foi casado com dona Maria Ranazzi Bentivenha, que já era mãe de Antônio Ranazzi Bentivenha. Este, antes de ser o emérito professor de ensino médio e o exemplar vereador municipal que todos aprendemos a admirar, foi também o braço direito de seu pai “adotivo” nas diversas atividades administrativas do hotel. Disso falamos porque tivemos a elevada honra de privar de sua fecunda amizade por muitos anos. O casal Magno Pinto de Toledo e dona Maria Ranazzi Bentivenha, não deixou descendência consanguínea.

Pioneiro Augusto Gomes da Silva, sua esposa, dona Maria Aparecida e sua neta Cássia (Foto cedida por seu neto, Carlos Alberto Piccirillo)

d) Hotel da (antiga) Estação Rodoviária. Para uma melhor compreensão, sobretudo das gerações das últimas quatro décadas, lembramos que a dita estação rodoviária, em cuja estrutura se achava o hotel, ficava à avenida Bandeirantes, esquina da Praça Marechal Deodoro (atual Brasil-Japão/Valderi Vilela), hoje apenas um terreno baldio. O prédio que abrigava todo o complexo, foi construído no início dos anos 1950, por seu proprietário e fundador da cidade, Eurípedes Mesquita Rodrigues, porém, a empresa hoteleira, com todo o mobiliário e respectivo patrimônio eram propriedade do pioneiro Augusto Gomes da Silva, que a dirigia, coadjuvado pela esposa e filhos. Casado com dona Maria Aparecida Gomes da Silva, o casal teve os seguintes filhos: Nelson, Celso, José Augusto, Wilson, Gerson, Vilson, Maria de Lourdes, Ordália, Alaíde, Elisabete e Fátima. E a exemplo dos hotéis do Minho e Paraíso, também o hotel da antiga estação rodoviária teve a honra de ser a moradia provisória de nomes bastante ilustres e importantes, não obstante seus modestos aposentos contarem apenas com a cama e uma pia para lavar o rosto (o chuveiro e os sanitários eram de uso coletivo). E esses nomes só viriam a ser realmente importantes vários  anos mais tarde, eis que, à época, eram obscuros e anônimos “cantores caipiras”, assim chamadas as duplas sertanejas. Esses violeiros – como eram também chamados – vinham para cá às épocas das campanhas eleitorais, contratados pelos políticos locais para animarem os comícios que eram feitos todas as noites, fossem na cidade ou nos bairros rurais. Dentre tantos desses nomes, muitos dos que nos leem hão de se lembrar que entre eles estavam os ainda desconhecidos João Mineiro e Marciano e Milionário e José Rico.

(continua…)

* Walter de Oliveira, 90, articulista desta Folha, é bandeirantense, nascido em 1932

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