Ângelo Pavan, ladeado por netos (as). Foto cedida por seu neto, o ruralista Roberto Pavan

Os Pioneiros, por ramo de atividade no povoado (De 1930/1950)

Quadragésima Primeira Parte

Walter de Oliveira*

Após uma pausa de mais de 30 dias, retomamos a escrita dos fragmentos da nossa história e o fazemos imbuídos do firme propósito de reuni-los na sua integralidade até o terceiro trimestre do próximo ano, no livro que apresentaremos à população bandeirantense, por ocasião dos 90 anos de criação do nosso município, assim o permita Deus.

Para tanto, voltamos a lembrar aos nossos diletos e numerosos leitores o quão valiosas serão as colaborações que eles nos têm oferecido, seja através de comentários, documentos e fotos vinculados ao passado da cidade.

No artigo passado, interrompemos estes fragmentos quando listávamos os pioneiros (anos 1930/1950) do ramo de hotéis e pensões, e na letra “h” da listagem falamos da Pensão Vitória. Dissemos que ela havia pertencido, àquela época, a quatro pioneiros, o primeiro dos quais, ou seja, o seu fundador, teria sido Vicente Rodrigues de Mattos. No entanto, tão logo se deu a circulação desta edição da Folha do Norte Paranaense, informou-nos o ruralista Roberto Pavan, um dos nossos leitores, que nos dispensam o seu precioso tempo, que a informação não se referia à realidade dos fatos, posto ter sido seu avô, Ângelo Pavan, que fundou a sobredita hospedagem. Ora, ante tal e creditada informação, e sendo nosso propósito que estes fragmentos espelhem ao máximo a realidade de nossa história, outra coisa não nos resta fazer, que corrigir, logo mais, o apontado equívoco. Dizemos logo mais, porque também e por uma não menos valiosa informação, e também em nome da veracidade destes fragmentos, somos obrigados a retornar à listagem dos pioneiros na fabricação de bebidas, onde, nos alertou o leitor Wanderley Barbieri, por comentário no grupo Bandeirantes-Pr (no Facebook), que deixamos de fora daqueles pioneiros o nome de Manuel Tomita. O importante é que o alerta do leitor Wanderley nos trouxe à lembrança, que Manuel Tomita teve sim àquela época uma fábrica de refrigerantes.

Assim, e em decorrência disso, acrescentamos à listagem dos fabricantes de bebidas da cidade, a letra “e” aparecendo nela o pioneiro referido, aliás, já listado como tal, no ramo de bares. A fábrica de bebidas de Tomita, diz Wanderley, ficava nas proximidades do Posto Miyoshi, o que ele afirma ter certeza, uma vez que seu pai, Marcelino Barbieri, trabalhou com o pioneiro, até que este desativou a fábrica e seu pai, Marcelino, foi trabalhar com outro fabricante da bebida, o já listado pioneiro Euclides Brito, ou Cride Pacaembu, como bem nos lembrou nosso leitor Maurício Zulmires de Campos. Um detalhe a realçar na história da fábrica de bebidas de Tomita, é citado na mensagem do leitor Valdir José da Silva a Wanderley, no mesmo grupo no Facebook, lembrando que ambos, ainda crianças, iam à fábrica levando com eles um caldeirão, no qual o “seo” Marcelino colocava o “guaraná em cisco”, que eles levavam para casa, coavam e bebiam. O guaraná fabricado por Tomita era o “Ducal”. Manuel Tomita foi casado com dona Rosa Miike Tomita e o casal teve os filhos Wilson Koisse, Nilza e uma outra filha cujo nome ainda não obtivemos.

Suprida a omissão acima, voltamos agora à interrompida listagem dos pioneiros no ramo de hotéis e pensões, à já referida letra “h”, para dizer que a Pensão Vitória, ao invés de quatro, teve cinco pioneiros como proprietários, e o seu fundador foi o italiano Ângelo Pavan. O fato de haver sido Ângelo Pavan o fundador da referida pensão, teve mais a ver com o apoio logístico que ela representava para a sua fazenda, a até hoje lembrada Fazenda Carvalhópolis, que situada em terras de Bandeirantes e Santa Amélia (cidade fundada também por Ângelo Pavan), foi a maior produtora de café do município, em todos os tempos. Aliás, e segundo Roberto Pavan, a Pensão Vitória era o local-dormitório, onde se hospedavam os interessados na compra de datas de terras no patrimônio ainda em fundação, e que é hoje o município de Santa Amélia.

João Francisco Ferreira – Gerente da Pensão Vitória ao tempo do pioneiro Pavan

Durante o tempo em que Ângelo Pavan foi proprietário da Pensão Vitória (até o final dos anos 1940), ela esteve sob a direção e cuidados de João Francisco Ferreira, que ao lado de Dante Negrizolli, era pessoa de absoluta confiança do fazendeiro. Este, João Francisco Ferreira, por sua vez (e que outro não viria a ser que o emérito fundador da Loja Maçônica Estrela de Bandeirantes e hoje nome de rua em nossa cidade – rua essa na qual residimos), contratou como chefe de cozinha o mineiro Ataíde de Souza Guerra, da tradicional família Souza Guerra, da nossa cidade. O pioneiro Ângelo Pavan, do qual daremos os devidos dados biográficos no capítulo de vultos históricos de proeminência dos primórdios da nossa história, foi casado com dona Vitória Bonádio Pavan e o casal teve os seguintes filhos: Amélia, Dezolina, José, Albina, Alcides, Jovino, Estevinha, Alcídia, Alice e Homero.

(continua…)

* Walter de Oliveira, 90, articulista desta Folha, é bandeirantense, nascido em 1932

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