Pioneiras Agda e Gessy, respectivamente, à esquerda e direita (foto cedida pelas próprias)

Os Pioneiros, por ramo de atividade no povoado (De 1930/1950)

Quadragésima Quarta Parte

Walter de Oliveira*

Em continuação à nossa listagem dos pioneiros do povoado da estação e da cidade (anos 1930/1950), por ramo de atividade, estaremos hoje encerrando a daqueles que laboraram no de hotéis e pensões.

No artigo anterior paramos na letra “m)”, de forma que hoje começamos com a letra n) Pensão Dona Maria, cuja proprietária era a pioneira Maria Aparecida de Mello, seguindo-se a letra o) Pensão Dona Pedra, pertencente à pioneira Pedrina M. Rigote. Em que pesem os nossos esforços em buscas e indagações, não conseguimos ir além dos dois ditos nomes, que são os que Solano Medina lançou no seu livro “O Município de Bandeirantes” (1950). Na feliz hipótese de alguns de nossos leitores (quiçá até familiares dessas pioneiras) disponham de outras informações e mesmo fatos, ficaríamos gratíssimos se nos comunicassem.

p) Pensão Nossa Senhora Aparecida. Essa pensão, semelhantemente às das letras “n) ” e “o)“, acha-se também mencionada no livro de Solano Medina, e como as duas outras acima referidas, sem quaisquer outras referências. Destarte, e infelizmente infrutíferos, os nossos esforços para descobrir ao menos o seu endereço de funcionamento, mantemos em nossos registros históricos apenas os nomes da pensão e da pioneira sua proprietária, que embora leve o sobrenome Santana, nada tem a ver com a tradicional família Martins Santana, da nossa cidade.

q) Pensão das Baianas. Fundada pelas conhecidas irmãs Agda e Gessy Magalhães Trindade (que hoje são as proprietárias do Hotel Paraíso, o segundo mais antigo da cidade), essa pensão se situava na atual rua Prefeito José Mário Junqueira, no mesmo local em que funcionou antes a Fábrica de Bebidas Pacaembu. A pensão era de grande frequência, mercê da maestria das duas irmãs na arte da culinária, sobretudo nos chamados e famosos “pratos baianos”. Ambas solteiras, as irmãs Agda e Gessy são integrantes da tradicional família Magalhães Trindade, como o foram seus irmãos Gregório e Cândido, ambos à época, de destacada atuação política na cidade, como descreveremos em tópico próprio no nosso livro em elaboração.

r) Pensão João Pinhão. Fundada (e depois desativada) pelo próprio pioneiro que lhe emprestou o nome, essa pensão ficava na rua Eurípedes Rodrigues, nº 1210, no mesmo prédio que ainda existe e se localiza logo depois do Posto Aliança. O nome real do pioneiro seu fundador era João Martins Santana, que vem a ser tio do contador e ex-prefeito Lino Martins e dos também contadores Antônio Carlos e Flávio Martins. Todavia, esse pioneiro era mais conhecido e chamado por João Pinhão. Ele foi casado com dona Maria Granado Santana e o casal teve os seguintes filhos: José, João, Manoel, Antônio, Moisés, Leonor, Venina, Odete e Maria.

À direita, o pioneiro Aparecido Pio Arruda, à esquerda o seu irmão Antônio e ao centro, o seu sobrinho e afilhado, Marcos, que nos cedeu a foto.

s)  Pensão Arruda. Como último estabelecimento pioneiro desse ramo a ser listado, essa pensão foi fundada pelo pioneiro Aparecido Pio Arruda. Um enorme casarão de madeira e cobertura de telhas francesas, a Pensão Arruda situava-se em uma rua então sem nome, e que posteriormente foi denominada de Vereador Antônio Ranazzi Bentivenha, na Vila Macedo. Para uma melhor visualização de sua localização pelos nossos leitores, seria em local próximo de onde está atualmente a caixa d´água do SAAE, a qual abastece aquela região na cidade. A parte majoritária da clientela dessa pensão era de empregados da Usina Bandeirante, notadamente os contratados para trabalhos sazonais. Pessoa alegre e extrovertida, Aparecido Pio Arruda fez, manteve e aqui deixou um grande número de amigos, quando se mudou para Campinas-SP. Esse pioneiro foi casado com dona Maria da Conceição Arruda e o casal não deixou descendentes, segundo nos informou o seu sobrinho e afilhado, o bacharel em direito, jornalista e repórter fotográfico Marcos Antônio Arruda.

Finda a listagem dos pioneiros do ramo de hotéis e pensões, passamos agora a listar os pioneiros cujo ganha pão era tirar “fotografias”, num tempo em que as câmeras e lentes que as registravam ainda estavam nos estágios rudimentares, e o que contava para a boa qualidade, nitidez e etc. (ou resolução) de uma foto, era a habilidade e perícia daqueles profissionais. Imagine o nosso leitor, na atualidade, usuário das sofisticadas câmeras digitais, disponíveis até nos mais modestos celulares, o malabarismo dos nossos fotógrafos pioneiros, quando o “flash” de que se valiam para a captura da imagem, era uma pequena explosão causada pelo uso de um punhado de pólvora num pires (ou recipiente de igual tamanho), que acontecia com o “incandescer” de uma resistência elétrica sob ela, ao comando do próprio fotógrafo. Mas, ainda assim, muitas daquelas fotos estão aí, nos quadros das paredes das nossas casas ou nos álbuns que vez ou outra todos nós nos deleitamos ao manuseá-los.

O livro “O Município de Bandeirantes, de Solano Medina, menciona apenas dois desses pioneiros, a saber: Megume Ymamura e Tadao Sato.

a) Megume Ymamura. Relativamente a esse pioneiro, tudo o que conseguimos apurar, por informação do relojoeiro Geraldo Takase, é que o seu estúdio (ou Foto, como se usa dizer) ficava na rua Eurípedes Rodrigues e coincidentemente onde está hoje a Trindade Celulares e Molduras (o antigo Foto Trindade). Informou-nos ainda o senhor Takase, que a esposa do pioneiro Megume Ymamura (cujo nome não se sabe), tinha um salão de beleza ao lado do estúdio do marido. Do casal não sabemos se houve ou não descendentes.

(continua…)

* Walter de Oliveira, 90, articulista desta Folha, é bandeirantense, nascido em 1932.

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