Pioneiro José Altizani e esposa Julieta, em foto cedida pelo filho José Roberto.

Os Pioneiros no Povoado (De 1930/1950)

Quadragésima Nona Parte

Walter de Oliveira*

Eis-nos de volta à nossa imaginária viagem no tempo, na qual vamos colhendo e juntando esses componentes da nossa história, e em cuja viagem acompanha-nos um grande e entusiasta grupo de pessoas que têm nos prestado, além do tão precioso e salutar estímulo, informações as mais diversas e fundamentais para a maior completude do nosso trabalho. Na edição passada abordamos os pioneiros do povoado da estação e da cidade nos anos 1930/1950, por ramo de atividade, quando na letra “c)” do ramo de livrarias e conexos, falávamos do pioneiro Armando Marcondes. Afora o já referido sobre esse pioneiro, faltou acrescentar que ele foi dos primeiros moradores desta região, quando ainda inóspita, eis que era meado do primeiro decênio de 1900, quando ele e os irmãos Celso e Rolando, entrados na adolescência, para cá vieram em companhia do pai, Alfredo Marcondes e foram morar no “povoado embrião” de Bandeirantes, conhecido por Invernada.

d) José Altizani. Esse pioneiro foi o sucessor dos pioneiros Yves de Oliveira Ribeiro, Marcelo Tosca e Werby Gião na “oficina tipográfica” que se situava à atual rua Benjamin Caetano Zambon, no edifício Maryland, na parte vizinha da Imobiliária Bandeirantes e do escritório do advogado Nelson Rosa dos Santos. Uma das coisas a que se dedicava era a impressão do jornal semanário “O Bandeirante”. É mister se esclareça que a impressão jornalística de então – exceto nas cidades maiores – era feita pelo sistema tipográfico, que implicava em “juntar” os “tipos” (letras isoladas e fundidas em estanho ou ferro) e com elas formar o conteúdo a ser impresso, donde o nome “tipografia”. Era um trabalho difícil e pouco compensatório, financeiramente falando. Em tempos adversos, José Altizani não conseguiu superar as dificuldades financeiras e acabou por fechar a empresa pela qual tanto lutou. Tempos depois, voltaria ao ramo gráfico, no qual ficou toda a sua vida. O pioneiro Altizani foi casado com dona Julieta de Castro Altizani e o casal teve os filhos José Roberto, Vilma, Julieta, José Israel, Júlio César e Paulo Sérgio.

Desse pioneiro falamos com bastante liberdade e prazer, posto que, além de termos conhecido o senhor seu pai, o também pioneiro Paschoal Altizani, e sido seu colega de escola em 1945 (final da Segunda Guerra Mundial), continuamos amigo do seu filho José Roberto Altizani, que atua no mesmo ramo, hoje modernizado.

e) . Antes de mais nada, esclarecemos que a listagem desse pioneiro se enquadra como “conexos” do ramo de “livraria e papelaria”, porquanto José Lino Mariano Júnior era um tipógrafo. O seu estabelecimento, “Gráfica São José”, ficava situado ao lado esquerdo da Avenida Bandeirantes, defronte a antiga Travessa São Domingos, hoje Travessa Hélio Gonçalves. Além de sua excelente atuação no ramo, o que temos de diferente nesse pioneiro é que sua gráfica foi quase que como uma oficina de aprendizagem daquele ofício. Dentre os nomes que com ele trabalharam (e evoluíram nesse mister), lembra-nos José Roberto Altizani, figuram entre outros, ele próprio (Altizani) e Teodósio, pai dos fundadores da Alpha Editora. O pioneiro José Lino Mariano Júnior foi casado com dona Aparecida dos Santos Mariano, e o casal teve os filhos Edson (dono da empresa Linograf, de Londrina), Edna, Edite, Élio, Élia, Élcio, Sara, Odete, Eliane e Eduardo.

f) Clóvis Bernini. Esse pioneiro, semelhantemente ao anterior, é listado como “conexos” à livraria e papelaria. A sua gráfica, cujo nome ignoramos (até que logremos alguma informação), ficava situada em dependências da antiga estação rodoviária. Desse pioneiro, afora o que figura em nossa lembrança (seu nome e o local em que a empresa funcionava), temos a acrescentar que ele foi casado com dona Waldelípia de Lima Marques, segundo informações que obtivemos pela gentileza do oficial do cartório de registro civil local, Silmar Cordeiro de Souza.

Pioneiro José Lino Mariano Júnior, em foto cedida por sua filha Edna

g) Benedito Silva Eloy. Fechando a listagem dos pioneiros, e este igualmente no ramo de gráfica, e, portanto, “conexos” à livraria e papelaria, temos a Empresa Gráfica “A Comarca”. Localizada no mesmo local em que funcionava a gráfica do pioneiro Clóvis Bernini, essa empresa pertencia ao jornalista Benedito da Silva Eloy. Embora ela prestasse serviços gráficos aos comerciantes, profissionais liberais e até à municipalidade, a sua maior força de trabalho era destinada ao jornalismo. Depois que José Altizani deixou de imprimir o jornal “O Bandeirante”, o pioneiro “seo” Eloy, como todos o chamavam, passou a fazê-lo.

Como se fosse um dínamo ambulante, os seus quase (ou mais de) 100 quilos de peso não eram nada para aquela figura sempre alegre e cativante que era. Uma de suas características era o seu alentado e indefectível charuto, num tempo em que fumar era até coisa “chique”. Além do dito semanário, “seo” Eloy (como lembra José Roberto Altizani, que trabalhou com ele) editava ainda dois outros semanários: “A Comarca”, com circulação em Ribeirão do Pinhal e “O Platinense”, circulando em Santo Antônio da Platina

Continua…

* Walter de Oliveira, 90, articulista desta Folha, é bandeirantense, nascido em 1932

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