Pioneiro Benedicto da Silva Eloy (foto cedida por sua filha, Suely Aparecida)

Os Pioneiros No Povoado (De 1930/1950)

Quinquagésima Parte

Walter de Oliveira*

Voltando aos nossos pioneiros do povoado da estação e da cidade, na época compreendida entre os anos 1930/1950, por ramo de atividade, trataremos dos demais dados do pioneiro Benedito da Silva Eloy.

Esse pioneiro, como dito no artigo anterior, figura entre os seus confrades do ramo “conexos” às livrarias e papelarias, eis que, embora a parte majoritária de seu tempo fosse consumida no trabalho jornalístico, o “seo” Eloy (como era conhecido) mantinha intensa atividade na impressão de notas fiscais, panfletos publicitários e outros, conforme as demandas que lhe chegassem.

Além dos sobreditos trabalhos de impressão, nada menos que três jornais, semanalmente editados, estavam sob a sua supervisão e também, e em grande parte, a sua execução. Isto dizemos, porque ele comparecia aos principais eventos, fazia entrevistas, fotografava e o que mais necessário fosse, não sendo demais lembrar, que esses três jornais circulavam em cidades e regiões diferentes.

O seu espírito voluntarioso se configurava no tocante ao seu gosto em ensinar os ofícios a que se dedicava, pois em sua empresa passaram pessoas (ainda pré-adolescentes), como o já citado José Roberto Altizani e os irmãos Merquíades e Cândido Trindade.

Depois de aqui atuar por muitos anos, Benedito da Silva Eloy mudou o seu parque impressor para Ourinhos, ande atuou até o final dos seus dias. Último pioneiro no ramo citado, ele foi casado com dona Guiomar da Silva Eloy e o casal teve os filhos Abel Nicolau, Anderson Claiton, Clorinda Wanda, Jeferson Ed, Suemy Aparecida, Suely Aparecida, Luiz Carlos, Suely Salete, Elizabeth Marcelina, Benedito Júnior, Sandra Roccio e Evandro José.

É importante explicarmos que os dois outros jornais locais (Líder e Folha de Bandeirantes), sendo, como o é a Folha do Norte Paranaense, de época pós-pioneirismo, constarão do tópico “Imprensa Local” do livro que estamos produzindo.

Passamos agora, e observada a ordem disposta no livro de Solano Medina, a listagem das “lojas”, assim compreendidas aquelas que se dedicavam à venda de tecidos, armarinhos e conexos.

a) Antônio Mantovani. Desse pioneiro, a menos que sejamos socorridos por gentis e eventuais informações, os nossos “Fragmentos” não vão além do registro do seu nome, não obstante as diligências e buscas que efetuamos.

Pioneiro Abdu Alfatah Saleh (foto cedida por seu neto, Luiz Ricardo)

b) Abdu Alfatah Saleh. Esse pioneiro foi estabelecido à Avenida Bandeirantes, próximo de onde hoje se encontra a loja Calçados Trindade. Um árabe de princípios os mais ortodoxos, “seo” Abdu era uma pessoa gentilíssima e de uma fidalguia ímpar. A sua loja – Casa Nacional – era especializada em tecidos e armarinhos. O atendimento à sua clientela ele deixava a cargo dos filhos mais velhos, Fares e Iunes, que davam de si o melhor que podiam, pois sabiam estar sob a atenta vigilância do pai. Sendo ele, como já dito, pessoa de fino trato, a Casa Nacional passou a ser local de encontro dos muitos amigos que “seo” Abdu ia angariando, dia após dia. Esse pioneiro foi casado com dona Júlia Vieira da Silva e o casal teve os filhos Fares, Iunes, Iuce, Jamile, Arafica e Mustafa.

c) Amadeu Bucanção. Também árabe, esse é outro pioneiro, que por ora registraremos apenas o nome, posto que infrutíferas, até aqui, as nossas buscas por outras informações.

d) Arthur Lundgren Tecidos. Nacionalmente conhecida pelo nome de Casas Pernambucanas, essa empresa se notabilizou, desde aqueles idos, no ramo de tecidos, cobertores e agasalhos, aumentando posteriormente a sua atuação para vários outros ramos da economia nacional, na qual se consolidou como uma das suas mais sólidas e ativas integrantes. Em todos os quadrantes do país, aqui ou acolá, essa empresa foi e continua pioneira. À parte o seu legítimo interesse comercial, não nos pejamos em dizer (até por nada ganharmos em razão disso), que essa empresa nordestina sempre esteve presente no dia-a-dia das novas frentes brasileiras. Face à sua impessoalidade, nada mais temos a acrescentar a essas sucintas referências.

e) Andrade & Laber; f) Dinarte Pedroso; g) Elias Carvalho Braga e h) Valejo, Luizi e Cia. Ltda. Sobre os pioneiros destas últimas quatro letras, nada temos a lhes acrescentar, a não ser os presentes registros. Sendo este um trabalho de “resgate histórico”, penaliza-nos nada mais podermos informar a seu respeito, restando aguardar eventuais e bem-vindas informações dos nossos gentis leitores.

i) José Rodrigues Molitor. Esse pioneiro foi estabelecido à Avenida Bandeirantes, no local onde hoje se acha a agência do Banco Itaú. Procedente da região de Itapetininga/SP, esse pioneiro, que não figura como tal no livro de Solano Medina, é aqui hoje listado face à informação que nos prestou o amigo Moacyr Castanho Filho, seu sobrinho. O pioneiro José Rodrigues Molitor foi casado com dona Eloísa Castanho e o casal teve os filhos Izabel, Cecília e João Batista.

Continua…

* Walter de Oliveira, 90, articulista desta Folha, é bandeirantense, nascido em 1932.

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