O governador Ratinho Junior afirmou que esses são os caminhos para promover o avanço do agronegócio paranaense. Ele participou da abertura nacional da colheita da soja e disse que o Estado precisa industrializar ao máximo a produção.

O governador Carlos Massa Ratinho Junior afirmou nesta quinta-feira (24) que a industrialização e agregação de valor à produção rural, além do aperfeiçoamento da infraestrutura, são os principais desafios do Estado para contribuir com o desenvolvimento do setor agropecuário paranaense.

“O Paraná tem o agronegócio como vocação. Mas precisamos avançar. O poder público tem que criar ambiente para que a produção rural seja industrializada ao máximo, porque isso acrescenta valor ao produto e aumenta a renda do produtor”, afirmou Ratinho Junior ao participar do evento que marca a abertura nacional da safra de soja.

O Governo do Paraná, afirmou Ratinho Junior, trabalhará pela diversificação de modais para melhorar o escoamento da produção estadual. “Hoje temos um problema, porque produzimos mas não conseguimos escoar com qualidade para mundo. Precisamos de um sistema inteligente de infraestrutura para entregar a produção por um preço menor e de forma mais rápida”, afirmou.

O governador ressaltou que tem um planejamento audacioso para diversificar a infraestrutura, com dois projetos principais. “Um é a ferrovia ligando Maracaju (MT) ao Porto de Paranaguá. O outro é criar a ferrovia bioceânica entre os portos de Paranaguá e Antofagasta, no Chile”, explicou.

HUB LOGÍSTICO – Este projeto, destacou Ratinho Junior, vai ampliar as exportações brasileiras, em especial a paranaense, para a Ásia, além de possibilitar a exportação de minério do Chile pelo Porto de Paranaguá. “Isso fará com que o Paraná se torne um hub logístico da América Latina. Poderemos atender todo o Centro-Oeste e o Sul do País”, disse.

SEGURO – Realizada em Apucarana, a abertura da colheita da soja teve a participação da ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina; do secretário da Agricultura e Abastecimento do Paraná, Norberto Ortigara; de lideranças do setor de todo o Estado e produtores rurais.

Segundo maior produtor de soja do Brasil, com cerca de 16% da produção nacional, o Paraná deverá colher 16,5 milhões de toneladas do grão em 2019. No evento, Ortigara apresentou os números do primeiro levantamento do ano de estimativa de colheita, apontando queda na produção, em função do clima. A redução, no caso da soja, deverá ser de 14%.

Em painel que reuniu o governador Ratinho Junior, o presidente da Frente Parlamentar da Agricultura, Alceu Moreira, e o presidente da Aprosoja Brasil, Bartolomeu Braz, a ministra Tereza Cristina esclareceu dúvidas do setor produtivo com relação à colheita e sobre o seguro rural.

O seguro rural democrático e amplo será uma marca do Ministério da Agricultura nesta gestão. Se tivéssemos um seguro que atendesse a todos não teríamos produtores rurais sem dormir por não saber como pagar a conta, tendo que ir a bancos pedir a renegociação de suas dívidas”, afirmou.

Apesar da redução, lembrou a ministra, a safra continua grande. “No ano passado foram quase 118 milhões de toneladas, neste ano a previsão é baixar para quase 110 milhões. Infelizmente foi um ano difícil em termos de clima para muitos estados. Mas o nosso compromisso é achar uma maneira de seguro que seja barata para os produtores”. Segundo o USDA a produção mundial de soja será de 369,2 milhões de toneladas.

SAFRA – O evento que marca o início da colheita da safra de soja 2018/2019 é promovido pelo Canal Rural, Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil) e Aprosoja Paraná.

“A safra ainda será boa e vai abastecer os segmentos de porcos, frangos, indústria e a exportação”, afirmou o secretário Norberto Ortigara. Segundo ele, a perda no caso da soja deve ser de 2,7 milhões de toneladas, o que representa cerca de R$ 3 bilhões no preço de hoje. “É bom que o mercado saiba disso para achar uma posição de preço mais adequada”, ressaltou.

APOIO – Ortigara salientou que o governo dará o atendimento necessário aos produtores. “O Estado faz aquilo que é possível em termos bancários, prorrogação das dívidas e para zelar por um bom tratamento aos agricultores”, disse.

A produção de soja rendeu R$ 20,35 bilhões para o Paraná em 2017, de acordo com o levantamento mais recente do Deral. Segundo dados da Emater, em 2018 eram cerca de 125 mil produtores de soja no Paraná. A produção paranaense de soja no ano passado foi de 19,1 milhões de toneladas.

PRESENÇAS – Participaram do evento o secretário Nacional de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Eduardo Sampaio Marques; o vice-presidente de Agronegócio do Banco do Brasil, Luís Carlos Guedes Pinto; o presidente da Aprosoja Paraná, Márcio Luiz Bonesi; os secretários de Estado do Planejamento, Waldemar Bernardo Jorge; e da Saúde, Beto Preto; os presidentes da Faep, Ágide Meneguette; da Ocepar, José Roberto Ricken, e da Conab, Francisco Marcelo Rodrigues Bezerra; o empresário Carlos Massa, os deputados federais Sérgio Souza; Osmar Serraglio; Luiz Nishimori; Alex Canziani e Luiz Carlos Hauly; os deputados estaduais Tião Medeiros; Luiz Carlos Schiavinato; Alexandre Curi; Cobra Repórter; e Tiago Amaral; os deputados eleitos Luisa Canziani; Marcel Micheletto e Adriano Jose; o senador eleito pelo Rio Grande do Sul, Luís Carlos Heize; e o prefeito de Apucarana, Sebastião Ferreira Martins Junior.

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