Muitas pessoas direcionam o olhar para os fenômenos da contemporaneidade e acham que eles ainda não integram a pesquisa / ciência histórica, justamente pelo fato de haver uma sensibilidade emocional e política ainda pairando pelo desenrolar destas narrativas. Fato é que este é um campo de estudos dentro da disciplina histórica, com foco em uma decodificação dos eventos, tendências e transformações que provocam rupturas no tempo, marcando as produções dos sentidos. Importante destacar que este é um campo novo de investigação, bastante instigante, já que examina os efeitos/impactos na formação da memória coletiva.

Tradicionalmente, outras áreas do campo da ciência histórica se concentram em períodos mais distantes do passado, ao passo que a História do Tempo Presente, busca articular análises das fontes diversas que circundam, de forma muitas vezes bastante acessíveis, os diversos espaços, cenários e agências de socialização da atualidade. Entre os quais: portais de notícias, documentos, entrevistas, relatórios e suportes diversos de mídias, fotografias, testemunhos orais, performance e arte conceitual, entre alternativas de registros do tempo na contemporaneidade. Neste aspecto, a História do Tempo Presente pode ser uma poderosa ferramenta para aliar-se à fenomenologia hermenêutica, visando a interdisciplinaridade na decodificação do espaço-tempo. Tem-se, aí, um pavimento interessante.

Um dos grandes desafios para este campo é a habilidade de manter a objetividade, a distância crítica, para a realização de uma análise história coerente. Isso, como dito anteriormente, muito em razão das emoções subjetivas ainda muito vivas no tempo – e por vezes ainda em processo de mutação -, instigando uma reflexão mais profunda do mundo atual, com foco de análise nas causas e consequências das alterações das narrativas. Na próxima semana, vamos refletir sobre este campo em uma intersecção com a História Pública. Até lá!

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