Tony Lima e a esposa Dani Lima, um amor que superou as mais diversas dificuldades

Radialista e escritor, Tony Lima, uma das vozes mais conhecidas de Jacarezinho, conta a experiência com o alcoolismo e a recuperação após grave acidente

Regiane Romão

A dupla bebida e direção pode trazer consequências trágicas para uma família. Quando essa combinação acontece, o rumo da vida de uma pessoa pode mudar drasticamente.

O jornalista, radialista e escritor Tony Lima viu a sua vida se transformar após se render ao alcoolismo. Ele sofreu um grave acidente em 2016 e, desde então, convive com as sequelas desse acidente.

Abedênio Antônio de Lima, 41 anos, iniciou a faculdade de jornalismo em 2009 na FANORPI, e se formou em 2012, porém, durante a sua vida acadêmica muitos problemas aconteceram. Em 2011, após passar por uma decepção em seu casamento, o que em seguida veio acontecer o divórcio, Tony Lima teve graves problemas no coração e precisou tomar calmantes e tranquilizantes. Desgostoso com o que estava acontecendo na sua vida, ele passou a beber demasiadamente. “Eu saia da rádio em que trabalhava por volta das 14h e ia para o bar. Tomava os calmantes e tranquilizantes e misturava com a bebida. Eu só retornava para casa depois das 22h. Passava o dia bebendo. Contudo, isso nunca atrapalhou a minha carreira profissional”, afirma. Por anos, Tony associou medicamentos e bebida. Porém, em 2016, um grave acidente quase acabou com a sua vida.

“Do dia do acidente não lembro de nada. Esse dia é como se nunca tivesse existido. Tudo o que sei foi o que os meus irmãos investigaram e descobriram. Dentro do meu carro, segundo eles, havia 18 latinhas de cerveja. Não sei de onde estava vindo, ou para onde eu estava indo”, lamentou.

Tony explicou à reportagem que o acidente deve ter acontecido por volta das 4h da manhã. O carro que dirigia caiu em uma ribanceira e só parou ao colidir contra uma árvore. Lá, ficou desacordado até as 7h quando um caminhoneiro passou, viu o carro, e acionou o socorro. “Fui encaminhado para Santo Antônio da Platina. De lá, me mandaram para a UTI de Jacarezinho. Fui avaliado e me transferiram para Londrina. Os médicos disseram para a minha família que SE eu acordasse iam ver o que poderia ser feito comigo”, relatou.

ÓRGÃOS COSTURADOS – Já em Londrina, Tony Lima ficou 116 dias internados. Passou por oito cirurgias, perdeu 80% do fígado, metade do pulmão esquerdo, um rim e teve, praticamente, todos os órgãos costurados. Além disso, fraturou o quadril, e hoje precisa de andador ou muletas para andar. Vez ou outra, por conta da pressão do quadril a perna esquerda fica dormente. A bexiga também foi afetada. Ele precisa usar fraldas para dormir, já que desenvolveu uma incontinência urinária.

Nessa época, Tony conta que conheceu Daniele e tornou sua esposa posteriormente. A paixão do casal surgiu quando ainda estava debilitado, pesara apenas 55 quilos num homem de 1,75 de altura. “A Dani foi um presente de Deus na minha vida. Devo muito a ela, principalmente, os cuidados durante todo esse tempo”, agradeceu com carinho.

Quando saiu do hospital em Londrina, ao dar entrada no pedido do auxílio-doença, descobriu que a empresa em que trabalhava não recolhia o INSS. Por conta disso, ficou encostado sem receber nenhuma ajuda financeira de direito devido da empresa ou do governo. “Em 2017, 2018, eu já morava com a Dani. Como eu estava sem receber nada, ela conseguiu um emprego, e assim conseguimos manter a casa. Entretanto, nem sempre dava. Foi quando começamos a depender da ajuda dos familiares. Para piorar a situação, a Dani ficou desempregada. Foi nesse período que eu tive uma recaída e voltei a beber. Não suportava as condições em que estávamos vivendo. Me entreguei novamente ao alcoolismo”, arrependeu-se.

DUPLA PERSONALIDADE – A mistura de remédio e álcool caiu como uma bomba na vida de Tony. Foi quando começou a desenvolver a ‘Síndrome de Borderline’ (que é um transtorno de personalidade, caracterizado por um padrão generalizado de instabilidade e hipersensibilidade nos relacionamentos interpessoais, instabilidade na autoimagem, flutuações extremas de humor e impulsividade, sendo que o diagnóstico é por critérios clínicos e tratamento é com psicoterapia e fármacos), ou seja, o cérebro criava paranoias, e ele então, assumia outra personalidade.

Em 2019, ele teve uma crise muito forte e precisou ser internado em uma clínica psiquiátrica (comumente conhecido como manicômio). Lá, Tony passou 32 dias internados para tratamento da Síndrome e desde então ele precisa de medicamentos diários, para que a outra personalidade não se manifeste. “Tomo um coquetel de 15 comprimidos para que não ocorra este transtorno de personalidade. Quando eu fiquei internado, as enfermeiras me disseram que os outros pacientes tinham medo de mim. Essa outra personalidade surge e eu não sei como fico porque não lembro de nada quando a crise passa”, contou.

Agora, Tony Lima espera que logo haja uma resposta do processo judicial que move contra a empresa que deixou de recolher seus direitos garantidos. A previsão é que saia até o final de fevereiro.

Atualmente, para se manter, e principalmente manter a mente ativa, o jornalista e escritor lançou dois livros: ‘Meu pé de Outono e Doce Morfina’. “Preciso deixar meu cérebro ativo. Então, faço o que um jornalista sabe fazer, escrevo”, animou-se.

Ele usa as redes sociais para expor seus livros. Quem quiser adquirir é só entrar em contato com ele pelo instagran @tony_lima_80.

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