A semana passada foi movimentada para o ex-prefeito de Cornélio Procópio, Frederico Carlos de Carvalho Alves (PSC) que esteve dando entrevistas nas emissoras de rádios e jornais da região para falar sobre a sentença decretada pela Justiça da Comarca de Cornélio Procópio, inocentando o ex-gestor das acusações de compra direta de caixas de isopores no valor de cerca de R$ 6 mil ocorrido em 2016. O caso ficou conhecido como ‘CPI do Isopor’, quando três meses antes de encerrar seu mandato, nove dos onze vereadores votaram a favor da cassação de Fred Alves como prefeito.

Em visita ao jornal Folha do Norte, Fred Alves, hoje é atual coordenador regional da Casa Civil do Governo do Estado do Paraná, função de ação direta que atua junto ao governador Carlos Massa Ratinho Junior. Durante a entrevista, ele contou que sempre confiou na justiça e sentiu-se feliz e aliviado com o resultado da determinação judicial. “A justiça prevaleceu e foi feita. Me sinto de alma lavada. Sempre tive essa certeza comigo e minha família também. Mesmo sabendo que eu era inocente, o ato de cassação da Câmara foi mais político do que administrativo. Na época eu provei na Câmara de Vereadores minha inocência. Eu falava, mas eles não queriam ouvir. Sempre confiei na justiça. Demorou. Mas hoje estou feliz em dar esta satisfação aos meus 15.000 eleitores que confiaram em mim e, também, à minha família que tanto sofreu junto comigo aquela grande injustiça por absolutamente nada que eu tenha feito. Tudo foi para gerar sobre mim um desgaste, um dano político”, avaliou.

Ex-prefeito de Cornélio Procópio, Fred Alves, é inocentado pela justiça pelo caso da ‘CPI do Isopor’

Questionado sobre as motivações políticas da época, Fred explicou que quando foi eleito com a expressiva votação popular, por não pertencer a nenhum grupo político tradicional da cidade e exercer um mandato independente, ele acredita que foram algumas das razões que passou a incomodar o meio político. “Como nossa gestão estava fazendo um trabalho forte, sério e comprometido com a população passamos a incomodar. Nossa função, nossa responsabilidade era de fazer aquilo que tinha que ser feito: atender, e bem, o povo, principalmente, na área da saúde. E assim o fizemos. Além disso, também concedemos o maior aumento salarial de uma gestão para os servidores públicos e professores”, recordou sobre algumas das suas atitudes como gestor público.

Conforme Fred, o período por qual enfrentou foi desafiador em todos os âmbitos. “Mas tive a força da minha família ao meu lado, apesar de toda a corrosão emocional e psicológica provocada com a situação. Eu vejo que o pior dos males foi afetar toda uma família, não somente a tristeza que se abateu sobre a minha, e sim, das demais pessoas que também foram envolvidas e acusadas naquela época”, ressaltou. O ex-prefeito aproveitou para indagar: “Agora, por que um prefeito deve ser cassado? Quando ele rouba dinheiro público, desvia e superfatura obras públicas, esse sim merece ser preso. O que eu fiz foi proteger a cidade. Quando fui informado que houve esta compra, determinei imediata correção, inclusive, com punições às pessoas que cometeram o erro, e determinei o ressarcimento dos valores ao cofre público. Foi o que foi feito”, frisou e explicou ainda que administrar a municipalidade como de Cornélio Procópio os recursos são vultosos, e valores como as da compra das caixas de isopor eram pequenos demais para passar pelo prefeito. “Eram recursos públicos e eu agi como qualquer cidadão de bem gostaria que seus administradores públicos agissem ao detectar alguém cometendo um erro. Mesmo conseguindo provar minha inocência naquela época de que nada tinha a ver com a tal compra, e que ao tomar conhecimento de tal ilicitude exonerei de imediato o responsável pela compra, e os valores foram ressarcidos aos cofres da Prefeitura, a votação da ‘CPI do Isopor’ foi dada continuidade. O processo dos vereadores era político. Mas Graças a Deus, na justiça fui inocentado”, comemorou.

FUTURO POLITICO – Retornar ao cenário político? Fred Alves ainda não sabe. No momento seu trabalho está em apoiar as ações dos prefeitos na região e também o governador Ratinho Junior. O coordenador regional da Casa Civil afirma que não seria candidato por vaidade pessoal, mas sim representante de um grupo político e de eleitores cujo ideais sejam proporcionais da maioria da coletividade. “Contudo, isso depende do momento, dos diálogos e, claro, dos objetivos do governador Ratinho Junior, que é meu chefe e ainda meu líder político. Mas te garanto que se for chamado, não fujo da raia. O futuro a Deus pertence”, sorriu.

Fred Alves tem 50 anos, casado com Lúcia, tem quatro filhos. Nascido no Distrito de Congonhas, orgulha-se da sua origem humilde e para lembrar de onde vem calça nos pés botinas. “Abaixo minha cabeça e olho para meus pés. Sempre estou de botinas. Eu as vejo e recordo das minhas raízes quando aos oito anos de idade comecei a trabalhar capinando uma roça de milho. Desta maneira, nunca esquecerei quem eu sou”, definiu.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui