O texto a seguir é totalmente baseado num vídeo da médica geriatra e psiquiatra, Dra. Roberta França. Ela alerta sobre a teimosia que a maioria das pessoas idosas tem, sobre não aceitar certas mudanças que são necessárias nesta fase da vida. E as frases mais comuns que ela ouve dos pacientes idosos (e ela enfatiza: teimosos!), são as seguintes:
“Não quero dar trabalho!”. A maioria diz isso. Então, se não quer dar trabalho, não se quebre. Não suba escada, não suba no vaso sanitário, não suba na cadeira, não suba no telhado, não tente consertar o muro.
Porque se cair, vai dar trabalho. E geralmente se há alguma fratura, tem que ser feita uma cirurgia. E depois, repouso, uso de fralda, cuidado 24 horas por dia. Dar remédio, levar no médico, levar para fazer exames nem é trabalhoso. O problema é fraturar o fêmur, costela, pé, braço. O que precisa ser entendido é que outras regras precisam ser seguidas, que não é mais como antigamente quando a pessoa era mais jovem.
“Eu sempre fiz isso e nunca aconteceu nada!!”. Que ótimo que nunca aconteceu nada. E nunca aconteceu nada porque a pessoa nunca teve 80 anos, 90, 100. E nessa idade, não dá para seguir as mesmas coisas de quando tinha 20, 30 anos.
“Ah, mas se aconteceu alguma coisa, eu morro logo!”. Ah é, morre logo? E se não morrer logo e ficar de cama, de cadeira de rodas, tendo que usar fralda. O problema é ter um AVC e não morrer, um enfarto e não morrer. Aí, é só sofrimento. Então, quando alguém da sua família ou o cuidador disse que você precisa tomar os remédios direitinho, ou que não pode fazer determinadas coisas, obedeça! Obedeça! Não seja teimoso! O problema é achar que pode fazer tudo que fazia antes, que não precisa de ajuda de ninguém, que pode subir escadas carregando sacolas de comprar sem segurar no corrimão, que sempre fez assim.
“Mas eu já estou velho!”. Está velho, mas não está morto. Se está vivo, é necessário fazer mudanças para que o máximo da autonomia seja mantida com a idade que o idoso tem. Autonomia sem responsabilidade é burrice, porque se cair, se machucar e se quebrar, a autonomia é perdida.
“Não gosto de ninguém na minha casa!”. Não gosta de ninguém enquanto é jovem. Mas depois de certa idade, pode não gostar, mas precisa aceitar. Há coisas que, infelizmente, não dá mais para o idoso fazer sozinho. À medida que o tempo passa, o idoso vai tendo dificuldades e algumas coisas vão se tornando mais difíceis se serem feitas e até mesmo perigosas. Subir na escada para pegar jabuticaba para o netinho, nem pensar! Ensine o netinho a colher as jabuticabas no pé ou peça para outra pessoa pegar.
“Não aceito que ninguém mexa na minha casa! Eu gosto dos meus tapetes, meus móveis, meus enfeites!”. Pode continuar gostando, mas não vai mais poder ter tapetes em casa e nem móveis em excesso. Quanto menos móveis com quinas, tapetes (proibidos!), objetos que ofereçam perigo de tropeços, melhor! Tudo isso era possível quando o idoso enxergava, se movimentava, ouvia bem. A partir do momento que isso mudou, as mudanças são necessárias, para o bem de todos – idosos e pessoas que cuidam deles.
Entenderam?
Cristie Ochiai
Apresentadora do Programa de TV na Web ConVida, Terapeuta em Constelações Familiares, Hipnose e Thetahealing