Que o ciberespaço possibilitou democratização de acessos aos conhecimento e à cultura, à inserção de vozes e à produção espontânea de conteúdos informacionais, todo mundo já sabe. Claro que há, ainda, críticas acerca de um engendramento de cerceamento de sujeitos sociais que não estão inseridos neste universo, vistos como estranhos atores na configuração social. Parece-me até que há uma delimitação intrínseca de tese que instiga o sentido de condição da existência social a partir da sua existência no espaço digital. Como assim você não tem Instagram? Sério que você não tem página no facebook? Como te encontro no TikToker? Você não tem Twitter (Agora X”? Os territórios digitais são provocadores campos para pensar vertentes do desenvolvimento das condições humanas. Sejam elas de cunho psicológico, neuropsicológico, sociológico, educativo, filosófico e até no âmbito das políticas públicas.
Fato é que existem novos territórios (e cada vez manifestam-se mais) que produzem novos sentidos e configurações no estado social dos sujeitos, redirecionando a ótica da culturalidade, identidade, da compreensão do espaço-tempo e subjetividades. Portanto, entre os vários trajetos científicos para pensar o campo, também é preciso observar estes fenômenos à luz da História da Pública – campo este que pressupõe a circularidade, a comunicação ampliada, engajamento, protagonismo, detenção de práticas e processos anteriormente delimitadas à produtores oficiais de informação – .
Neste sentido, tenho observado como os sujeitos sociais têm percebido o tempo e a historicidade, e manejado as realidades situacionais que os impactam, em formas muito dinâmicas e, por vezes, com uma certa superficialidade, não concreta. Isso tem me feito lembrar de reflexões, como a do sociólogo e filósofo polonês Zygmunt Bauman, ao teorizar sobre a “modernidade líquida”. O ciberespaço, portanto, com suas redes interativas, seus mecanismos informacionais, seus jogos e estratégias, proporcionam a consolidação de um ecossistema comunicacional. Até a próxima!