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Quem de Bandeirantes ou região nunca ouviu falar do Termas Yara? Tanto pela sua história com sua água considerada medicinal e terapêutica, quanto da lenda urbana que, até hoje, gira em torno, principalmente, do antigo prédio do hotel. As estruturas de todo o complexo hoteleiro foram construídas nos anos 30 e, somente na parte da hospedaria, tinha capacidade para abrigar 200 pessoas, como ainda possuía grandes salões e também abrigava, inclusive, um cassino no seu melhor tempo de glória. Já a piscina com água termal recebia diariamente cerca de mil banhistas.
A saga narrativa do Yara é referência ao prédio do hotel em que os anos e o tempo tomaram conta, mantendo seu aspecto antigo com originalidade em cada detalhe, fazendo a imaginação de muitas pessoas fluir e considerar o prédio assombrado e assustador. É por isso que as crendices populares criaram todo um mistério sobre a morte do primeiro proprietário, Domingos Regalmuto, que foi quem construiu todo o complexo. Aos 80 anos, ele tirou a própria vida por causa de uma trombose que o obrigou a amputar as duas pernas. Porém, na lenda urbana, foi considerada como um ‘pacto com o demônio’.
A proprietária Rafaela Martins diz que são essas fábulas do dito popular é que dão vida à história do Termas e do Hotel Yara e, para ela, é uma honra manter viva toda essa memória de uma comunidade. “Aos visitantes que chegam aqui, explicamos e contamos a verdadeira história, e o que surgiu depois dela também com as lendas. Todos que passam por aqui registram sua presença num livro que temos. Mesmo não sendo nascida em Bandeirantes, adotei esta cidade no coração como minha. Meus filhos cresceram aqui na fazenda e eles já têm um vínculo imenso de carinho. O que desejo é, sem dúvida, transformar este local num ambiente propício para que os turistas, os visitantes, sejam eles da nossa cidade, da região ou do Brasil, se sintam cativados e deslumbrados com o que temos aqui em Bandeirantes”, afirmou.
Dentre as potencialidades para o local o turismo histórico tem como um de seus sonhos. Rafaela mencionou que são necessários valores altos de investimentos para uma boa reforma, porém com objetivo de manter todas as características originais do prédio. “A intenção é ainda de criar um museu histórico com peças antigas, fotos, livros, quadros, e inclusive, paralelamente estamos com um projeto de implantar uma cervejaria artesanal, oferecendo um local agradável para as pessoas virem para um happy hour ou passear num fim de semana”, indicou.
O ambiente do Yara hoje tem sido muito procurado por pessoas de várias partes da região e do Estado do Paraná, pois tornou-se palco dos ensaios fotográficos, clipes de casamentos e musicais.
DOAÇÃO – Termas Yara ou Fazenda Yara. Quem sai da região central de Bandeirantes e pega a pista da Rodovia Tsuneto Matsubara, e segue adiante cerca de 10 quilômetros até o final do asfalto, vai encontrar o antigo complexo hoteleiro. O local é privativo, ou seja, de propriedade particular. Para visitar a área é necessário agendar com antecedência e pagar a taxa de entrada.
Cerca de um ano, segundo Rafaela Martins, a taxa foi fixada: DOAÇÃO. “Preferencialmente, em produto de higiene: sabonete e pasta dental. Temos em média de visitantes aqui, por final de semana, cerca de 100 a 200 pessoas. A maioria é de Bandeirantes, mas nem 10% trazem a doação. O que nos deixa entristecidos, pois são pessoas que vêm, sabem toda a história, sabe que recebemos essa taxa de doação. Se todos que viessem e trouxessem um produto de cada, seria ótimo para encaminharmos às entidades assistenciais, que realmente precisam de ajuda, ainda mais neste período de pandemia”, argumentou.
Para visitar o Termas Yara é importante agendar com antecedência pelo telefone: (43) 9.8462-9364, falar com Rafaela.