Se eu chegar com um copo americano com água pela metade e mostra-lo a vocês, talvez pensem que eu vou fazer aquela clássica pergunta: “O que vocês estão vendo aqui?”. E talvez muitos pensem que a resposta esperada seja: “Vejo um copo metade cheio!”, ou “Vejo um copo metade vazio!”. A pergunta que eu faço é: “Qual o peso desse copo de água?”. Talvez alguns de vocês, se tiverem balança em casa, pesem para saber quanto pesa um copo americano com água pela metade. Bem, eu não pesei. Então, suponho que pese uns 200 gramas.

Mas não é essa resposta que eu espero e pode ser que alguns de vocês me deem a resposta esperada: “O peso do copo não importa. O importante é saber por quanto tempo eu vou ter que segurar esse copo na mão”. Se eu tiver que segurá-lo por um minuto, tudo bem, ele vai ter um peso leve. Se eu tiver que segurá-lo por meia hora, talvez ele comece a ficar pesado. E se eu tiver que segurá-lo por um dia inteiro, talvez eu tenha a sensação de que ele pesa uma tonelada, meu braço comece a tremer, minha mão comece a formigar e eu comece a ter cãimbra. Quanto mais tempo eu tiver que segurá-lo, mais pesado ele ficará para mim e eu ficarei exausta, querendo deixar o copo em algum lugar.

Uma situação similar acontece quando carregamos o estresse ou dores conosco. Se nos mantemos estressados ou com dores emocionais ou físicas por um tempo curto, e depois, nos livramos deles, tudo bem. O nosso corpo se reequilibra e tudo volta ao normal. Mas se ficarmos pensando em situações estressantes ou nas nossas dores por muitas horas ou dias, isso começa a tornar-se um problema. E vai ficando pior se formos para a cama nos mantendo nesta mesma condição.

Nós precisamos aprender a nos desapegar de certas situações, deixá-las ir. Deixar para trás essas situações estressantes e dolorosas. Não ir para a cama pensando nelas. Se for possível fazer algo a respeito desses problemas, se eles estiverem sob o seu controle, faça! Se não puder, se não estiver em suas mãos a resolução deles, não adianta ficar apegado, preso na situação. Deixe-os ir.

Se não deixá-los para trás, eles vão simplesmente acabar com os seus objetivos de vida.  É você quem tem o controle sobre a sua vida. Ou você delega esse poder a outros? É você quem decide o que te estressa ou o que te provoca dor, embora muitas vezes você nem se dê conta disso.
Pergunte-se: “Por que essa situação está me deixando tão irritado? Por que isso está me estressando tanto? Por que isso me provoca tanta dor?” Talvez, se você tiver respostas para estas perguntas, você consiga se libertar mais rapidamente dos problemas e passar a sorrir mais todos os dias.
Vale a pena se estressar tanto? Vale a pena remoer a dor? Que tal deixar isso tudo para trás e começar a viver com mais leveza?

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