Esta é a história de uma menina inglesa que vivia em uma cidade pequena e que gostava de escrever. Aos 6 anos ela escreveu sua primeira estória sobre um coelho que se chamava ‘coelho’, que tinha sarampo. Ela contou a estória para a mãe, que gostou e a parabenizou, e sempre a incentivava a escrever mais.
Na escola ela era um pouco tímida e antissocial. Ela vivia num mundo de fantasia e sempre estava escrevendo algo em um caderno. Aos 15 anos, a avó que ela tanto amava, faleceu. E não foi só isso que aconteceu naquela época. O relacionamento com o pai não era bom e a mãe adoeceu seriamente, vindo a morrer logo depois, sentindo profundamente a perda.
A vida continuou, até que um dia ela viu um anúncio no jornal requisitando um professor de inglês para lecionar em Portugal. Ela conseguiu a vaga, mudou-se para lá e após um tempo, conheceu um jornalista. Ficaram amigos, ambos gostavam de ler romances. Algum tempo depois, a sua vida novamente tomou um rumo inesperadamente ruim. Ela começou a sofrer abuso doméstico, até que foi expulsa de casa pelo marido, com a filha nos braços, sem emprego e sem ter onde morar. Ela sobrevivia com a ajuda do governo e alguns amigos a ajudavam com o aluguel, e era tão pobre que, quando tinha algum dinheiro, deixava de comer para poder alimentar a filha.
Esse foi um período de escuridão em sua vida e sentindo-se totalmente fracassada. Parecia que a maré de coisas ruins nunca ia acabar. Ela ficou em depressão profunda, sem esperanças de que iria sobreviver, chegando a atentar contra a própria vida. Mas a filha a inspirou a buscar ajuda. No final, decidiu fazer o que fazia de melhor: escrever as estórias de fantasia, pois esquecia de tudo quando estava escrevendo e passou a escrever cada vez mais.
Enquanto a filha estava dormindo, ela ia para um café, escrever. E para poder ficar lá por um tempo escrevendo, pedia uma xícara de café porque não tinha dinheiro para comer. Após ter escrito três capítulos, os enviou a um editor que não teve o menor interesse em publicar. E assim, os enviou a mais outros 12 editores. Ninguém deu atenção. Foi quando começou a perder a autoconfiança, até que certo dia, um editor resolveu ler os capítulos.
Felizmente, a filha dele de 8 anos estava junto, leu e ficou curiosa para ler os demais capítulos. Isso fez com que o editor decidisse publicar o livro, e também a aconselhou a arrumar um emprego, porque escrever estórias de fantasia para crianças e adolescentes não dava dinheiro.
Em junho de 1997, aos 31 anos de idade, o primeiro livro dela, Harry Potter e a Pedra Filosofal, foi publicada com mil cópias. Seis meses depois o livro ganhou seu primeiro prêmio.
Logo, J. K. Rowling passou de uma desempregada, depressiva e mãe solteira, vivendo de benefícios do governo, a uma das escritoras mais vendidas de todos os tempos.
Os sete livros da série venderam mais de 450 milhões de livros (*eu li todos!). E ela passou a ser a primeira escritora bilionária e entrar para a Forbes em 2004. Ela não teve sucesso da noite para o dia. Ela enfrentou muitas dificuldades, passou fome, cuidava da filha mesmo com depressão, foi rejeitada muitas e muitas vezes. Isso tudo a fortaleceu. Apesar de toda fama e fortuna, ela nunca se esqueceu do período difícil que enfrentou, tanto é que perdeu o posto de bilionária da Forbes em 2011, por doar grande parte da sua fortuna para a caridade.
A história dela serve de inspiração e nos mostra que se nós temos um sonho, mesmo que sejamos rejeitados, isso não deve nos deter.
Se cairmos, que o chão nos sirva de base para seguir adiante. É impossível viver sem falhar. Eu nem chamaria de falhas, mas de experiências. Você não falha se não faz nada. Se não faz nada, não está vivendo. Está apenas sobrevivendo.
Cristie Ochiai
Apresentadora do Programa de TV na Web ConVida, Terapeuta em Constelações Familiares, Hipnose e Thetahealing