Quando algo é mais ou menos, minha irmã costuma falar: “Ah, isso é ok.”
Sabe aquela coisa que tanto faz, não é nem boa e nem ruim?
“Como está o seu trabalho?
Ah, está ok.
Como está o seu relacionamento?
Ah, está ok.”
Uma vida razoável, “ok”, qualquer um pode ter.
Mas se nós quisermos experimentar uma vida agradável, nós precisamos estar comprometidos a fazer de tudo para ter uma vida agradável. Talvez fazer coisas que a maioria das pessoas não faz. Se comprometer a pensar de forma diferente, olhar as coisas por outras perspectivas.
Alguns princípios podem ser observados se quisermos viver uma vida abundante, feliz e bem-sucedida. O primeiro deles é: um dia você partirá.
Talvez em 50 anos, talvez em 50 semanas, talvez semana que vem ou até mesmo, hoje. Eu não sei, você não sabe, ninguém sabe. E em vez de viver com medo disso, dessa passagem natural desta vida para um outro estado, seja lá qual for a sua crença, nós poderíamos abraçar o fato de que esta vida é curta. Curta e imprevisível. Sabendo disso, nós deveríamos viver completamente focados no hoje, no agora, neste exato momento em que eu parei tudo que eu estava fazendo para escrever para vocês. E vocês pararam tudo para ler esse texto que, podem ter certeza, foi escrito com amor. Aliás, é por vocês que eu faço isso.
Quantas vezes eu andei aqui pelas ruas da cidade, e pessoas vieram me falar: “Nossas, hoje você escreveu para mim. Eu estava precisando”. Às vezes eu também escrevo para mim, porque eu também preciso ler e assimilar o que eu escrevo. Somos eternos aprendizes. Mas quando eu falo para viver o hoje, não estou dizendo para viver de forma imprudente, irresponsável e, sim, prestar atenção aos milagres diários que se apresentam a nós. Muitas vezes quando eu morava próximo a Brasília, quando eu pegava a estrada bem cedo e via tucanos voando, me lembro que pensava: “Meu Deus, obrigada por ter olhos que me permitam enxergar essas maravilhas da natureza”.
É viver o nosso melhor, da maneira que pudermos, sem nos cobrarmos tanto uma perfeição ilusória. É dar o nosso melhor, mas principalmente, ser compassivos com as nossas falhas. É estar presente para cada pessoa que cruza o nosso caminho hoje porque pode ser que amanhã ela não esteja mais presente na sua vida ou até mesmo você. Que tipo de memória você gostaria que as pessoas tivessem de você? Não importa o que aconteceu antes. Você pode deixar boas memórias para as pessoas a partir de hoje. A única coisa que importa é como nós fizemos as pessoas se sentirem e como o nosso coração ficou depois disso.
É compreender que as coisas materiais não irão conosco no final. Todas elas ficarão para trás. Mas o modo como vivemos, isso o nosso espírito carregará. Lembre-se que, nada que te tira a paz vale a pena.
Às vezes muitas situações acontecem na vida e parece que tudo está caótico, como um mar revolto e você, dentro de um barquinho frágil. Isso me lembra aquela passagem de Jesus num barco, dormindo enquanto uma tempestade acontecia e os outros que estavam junto, ficaram apavorados. Como ele conseguia dormir, diante daquele tempo ruim? Fé, paz interior e confiança de que o que pode ser controlado, assim está.
O que não está sob o nosso controle, não deve nos dominar e nem tirar a nossa paz.
Cristie Ochiai
Apresentadora do Programa de TV na Web ConVida, Terapeuta em Constelações Familiares, Hipnose e Thetahealing